Sancionar ou não sancionar, eis a questão!


A Comissão Europeia (CE) mostra-se dividida quanto à eventualidade de aplicação de sanções a Portugal e a Espanha por não cumprimento da meta dos 3% de défice. Jean-Claude Juncker manifestou-se contra, Valdis Dombrovskis, vice-presidente da CE, manifestou-se a favor. A sanção, a ser aplicada, pode ascender a cerca de 0.2% do PIB. A decisão final acabou por ser adiada para inícios de Julho, o que mereceu críticas do ministro das Finanças alemão, e a CE, pela voz de Pierre Moscovici, Comissário Para os Assuntos Económicos, fez saber que Portugal e Espanha têm mais um ano para colocar o défice abaixo dos 3%. Para se fazer uma ideia clara do que está em jogo, estamos a falar de algumas décimas (poucas no caso português). Se a CE encarasse com tanto rigor todas as matérias, a crise dos refugiados (que ameaça eternizar-se) há muito que estaria resolvida. E neste caso estamos a falar de centenas de milhar de vidas humanas que, apesar dos discursos, valem muito pouco (ou zero, mesmo) para os decisores europeus.

PS-Entretanto o Presidente da República portuguesa deslocou-se à Alemanha para tentar sensibilizar o governo alemão para o absurdo da questão e, ao que consta, terá sido sossegado. Contudo, a machadada final terá sido dada, mais recentemente, por Jean-Claude Juncker, ao ter admitido que a Comissão Europeia andou com a França ao colo, evitando aplicar sanções por défice excessivo. Por muito que custe aos falcões de Bruxelas, deixou de haver condições políticas para tal. A menos que, sendo todos os países iguais, uns o sejam mais do que os outros!

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