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  O que hoje é verdade, amanhã bem pode ser mentira. Que o diga João Costa, Ministro da Educação do Governo demissionário. Depois de todo este tempo a resistir à reivindicação dos sindicatos a propósito da recuperação do tempo de serviço dos professores (os tais 6 anos, 6 meses e 23 dias), afinal, segundo ele, poderá vir a ser possível num futuro Governo PS. O que é mudou? Apenas, e tão só, o facto de João Costa ter sido apoiante de Pedro Nuno Santos, atual líder do PS e candidato a Primeiro-Ministro nas próximas legislativas, o qual já mostrou abertura para essa reivindicação sindical.

 

 

Perdidas as eleições para Secretário-Geral do PS, e terminadas as funções no atual Governo, o que se segue, meu amigo? Como ainda é muito novo para a reforma, e a vida continua, aconselharia, de momento, a fazer uma pausa profissional para recobrar forças. Uma pausa, e, talvez, uns copos, certamente, lhe refrescarão a alma e lhe proporcionarão o tempo necessário para decidir o que fazer a seguir. E, quem sabe, caso o PS venha a ganhar as próximas legislativas, não me parece totalmente descabido que, eventualmente, possa a vir a ser convidado, por Pedro Nuno Santos, para algum cargo no próximo Executivo. Na hora da vitória, os vencedores, tendem a tocar a reunir.  

  Apesar de as opiniões serem praticamente unânimes, apontando para a vitória de Pedro Nuno Santos na disputa pela liderança do PS, como diz o nosso povo, cautela e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém. O melhor será aguardar pelo veredito das urnas.

  O Banco Central Europeu decidiu manter intactas as taxas de juro, tendo a sua Presidente, Christine Lagarde, recusado falar de cortes, mas Mário Centeno, Governador do Banco de Portugal, não deixa por menos: segundo ele, o corte das taxas de juro ocorrerá mais cedo do que o antecipado... seja lá isso quando for!

  Pedro Nuno Santos, na sua moção de estratégia, propõe-se dar tudo a todos, esquecendo-se de explicar com que dinheiro. Aparentemente, para ele, o excedente de Medina é um poço sem fundo suscetível de acudir às reivindicações do momento. Mas, se isso na campanha interna do PS, não será muito relevante, o mesmo não se diga na campanha seguinte (legislativas). Nessa altura, para que o voto dos portugueses seja o mais informado possível, será bom que tudo seja muito bem explicado: qual o aumento da despesa esperado e com que dinheiro é que isso será pago. O mesmo se diga de Montenegro, que promete a recuperação total do tempo de serviço dos professores, sem explicar rigorosamente mais nada.

  Hoje, dia 7 de Dezembro de 2023, tem tudo para ficar nos livros de História da política nacional. Numa das raras ocasiões em que um Governo tinha tudo para cumprir, tranquilamente, a legislatura, o Presidente da República vai, mais logo, formalizar a demissão do Governo.

 Não havia necessidade, senhor Presidente. Porque não abrir o jogo desde as primeiras notícias, evitando dessa forma, uma polémica que se arrisca a perdurar e a fazer estragos? Para o homem da palavra fácil, certamente, não seria pedir muito.

  José Luís Carneiro não cessa de receber apoio do núcleo duro de António Costa. Contudo, nas próximas eleições internas do PS, contra Pedro Nuno Santos, arrisca-se a não passar de um general sem tropas.