segundofolego

O que aí vem é uma grande incógnita, tantas as situações problemáticas por esse mundo fora. O maior foco de incerteza, contudo, talvez seja o futuro posicionamento dos Estados Unidos no xadrez mundial. Sob a presidência de Trump, e ao contrário do consulado Obama prestes a terminar, os Estados Unidos serão tudo menos previsíveis. Apesar disso, quero continuar a acreditar, uma coisa foi o discurso de Trump durante a campanha, outra coisa será a sua actuação enquanto Presidente. Se Trump (Presidente) replicar o Trump (Candidato), perspectiva-se um grande problema para o mundo.

Natural de um país pequeno e insignificante na cena política mundial, o facto de António Guterres ter sido escolhido para liderar as Nações Unidas representou, em primeira mão, o reconhecimento do seu enorme mérito pessoal. Mas isso não será suficiente para um desempenho do cargo à medida das necessidades do mundo. Ainda que sorte explique muito pouco, um bocadinho dela seria muito bem vinda já que o seu mandato afigura-se tudo menos fácil.

Quando Donald Trump lançou a sua candidatura à Presidência dos Estados Unidos, foi risada geral. Ninguém acreditou que um "quadradão"  bronco como Trump algum dia chegaria ao mais alto cargo da nação mais poderosa do mundo. Mas Trump não desistiu. Fez o seu caminho, convencendo, primeiro, os republicanos de que seria o melhor candidato e, em seguida, os americanos de que seria melhor presidente do que a opositora democrata. E ganhou!

A Superliga chinesa de futebol está a transformar-se num autêntico El Dorado. Oscar, médio brasileiro internacional do Chelsea, foi confirmado no Shanghai SIPG (equipa que na próxima temporada será orientada por Villas-Boas) por valores de deixar os olhos em bico. O médio brasileiro vai receber 24.4 milhões de euros anuais (qualquer coisa como 469.000 euros por semana), passando num ápice de aquecedor de banco no Chelsea a jogador mais bem pago do mundo (sim, leste bem, mais bem pago, à frente de Ronaldo e de Messi que ganham cerca de 430.000 euros por semana). Mas Oscar poderá não ocupar muito mais tempo o topo da tabela dos mais bem pagos. Com nova janela de transferência à porta, fala-se na transferência de Carlos Tévez para o Shanghai Shenhua por uns inacreditáveis 37.5 milhões de euros ano, 722.000 euros por semana!

Há poucos dias, António Costa anunciou, com pompa e circunstância, o acordo para resolver o problema dos lesados do BES. Magnífico, tendo o anúncio sido feito poucos dias antes do Natal, uma autêntica prenda no sapatinho de tanta gente que já temia ter perdido o fruto do trabalho de uma vida. Mas, e o resto? A que tipo de entendimento é que se chegou? Quem paga? Sim, quem paga, pois a menos que Costa tenha instalado uma rotativa na cave da sede do Conselho de Ministro, o dinheiro terá de vir de algum lado. António Costa bem pode querer aparecer bem na fotografia, mas era escusado esconder a factura!

E se Portugal aproveitasse a ideia de Cuba e propusesse aos nossos credores a mesma forma de pagamento da dívida? Para quem não sabe, Cuba, a atravessar sérios problemas financeiros, propôs pagar a sua dívida à República Checa em géneros, incluindo o seu apreciado rum. No nosso caso não seria rum, mas sim vinho (de mesa e do Porto, este último, único no mundo) e aguardentes vínicas. Não custa tentar. O pior que nos poderá acontecer é recebermos um rotundo não!

A todos quantos visitam este blogue, familiares e amigos, votos de um feliz Natal e um ano de 2017 à medida dos desejos, são os meus votos (e, ao que parece, da "geringonça" também! ).

O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, está a transformar-se num autêntico (novo) velho do Restelo. Depois do "gozem bem as férias que em Setembro vem aí o Diabo" , agora é ter "quase a certeza de que haverá uma nova crise" . E continuando, "Em Portugal estamos a perder tempo, neste momento. Durante alguns anos aproveitamos, às vezes em circunstâncias muito difíceis, o tempo que nos deram para fazer reformas e agora aquilo que vemos é reversão atrás de reversão de reformas" , considera. Este tipo de discurso não leva a lado nenhum (bem pelo contrário, é o discurso do antigamente que, pelo menos de momento, parece completamente desenquadrado da realidade) e vai afundando o partido, permitindo que o PS se vá distanciando nas intenções de voto.

A venda do Novo Banco foi, mais uma vez, adiada. Relembrando, o banco deveria ter sido vendido em 2015. Depois, no primeiro semestre de 2016, em seguida no segundo semestre do mesmo ano, agora 2017. Como o responsável pela estratégia de venda é o Banco de Portugal, a única conclusão possível a tirar é que Carlos Costa é o pior vendedor de sempre!

Com a carreira que o Sporting está a fazer esta época, qualquer outro treinador que não Jorge Jesus já tinha sido despedido "meia dúzia" de vezes. JJ comprou quem quis e ainda há não muito tempo auto-elogiava-se, afirmando que a diferença entre o Sporting actual (a melhor equipa) e o Sporting anterior não estava nos atletas, mas sim no treinador. Pois bem, ou o homem desaprendeu, ou os (mancos dos) futebolistas são um caso completamente perdido (incluindo os que ele comprou). Por outro lado, bem vistas as coisas, despedir JJ será hipótese, de momento, muito remota na medida em que, com o desfecho do caso Doyen, dinheiro não será o que mais abunda para os lados de Alvalade. Mas mesmo assim, tenho quase a certeza, caso o treinador fosse outro, Bruno de Carvalho não resistiria a mandá-lo embora como aconteceu, por exemplo, com Marco Silva.

Rui Rio, para alguns sectores do PSD uma espécie de "O Desejado" e, aparentemente, já na corrida para a sucessão a Passos Coelho, revelou, recentemente, a sua ideia para Portugal: criação de um novo imposto destinado exclusivamente ao pagamento dos encargos da dívida pública. O novo imposto deveria render cerca de 8.000 milhões de euros por ano, sensivelmente o montante de juros pagos. A criação deste novo imposto não significaria aumento da carga fiscal uma vez que os restantes impostos seriam diminuídos na mesma quantia. Sendo assim, pergunto, se não é para sacar mais dinheiro aos contribuintes, para que serviria o novo imposto? Para que os cidadãos tivessem consciência do encargo que a dívida significa, responde Rui Rio. Haja paciência!

O Sporting vai ter mesmo de pagar milhões de euros à Doyen (segundo o Diário de Notícias, entre dívida e juros, o total deverá ultrapassar os 20 milhões) pela transferência de Marcos Rojo para o Manchester United em 2014. "O Supremo Tribunal da Suíça decidiu não dar provimento ao recurso interposto pela Sporting Clube de Portugal sobre o chamado caso Doyen. Nesse sentido, foi confirmada a sentença proferida pelo Tribunal Arbitral do Desporto de Lausanne (TAS) que condena a Sporting Clube de Portugal ao pagamento de 12 milhões de euros à Doyen acrescidos de juros" , lê-se num comunicado dos leões. Quanto ao sentido da decisão final, acho que ninguém tinha grandes dúvidas. O que o Sporting não contava era com uma decisão tão rápida. Habituado ao ritmo da justiça portuguesa, Bruno de Carvalho nunca esperou que a factura lhe viesse parar às mãos!

O cheerleading (em português, qualquer coisa como animação de claques) foi pré-qualificado pelo Comité Olímpico Internacional, adquirindo estatuto olímpico provisório. O que virá a seguir? A dança do varão?

Recentemente o Tribunal de Contas deu conta que o "controlo (da CGD) pelo Estado entre 2013 e 2015" foi insuficiente. Agora, relata o jornal Público, o Ministério das Finanças, no consulado de Maria Luís, ignorou, pelo menos, dois relatórios da Inspecção-Geral de Finanças, relativos a relatórios trimestrais da Comissão de Auditoria da CGD de 2014, que mostravam um agravamento das imparidades do banco público. Esses documentos só foram despachados em 2015, quinze dias antes das eleições, e despachados, digo eu, muito provavelmente, para o fundo de uma gaveta. O PSD, como não poderia deixar de ser, veio a terreno defender a sua dama, mas, conjugando os dois factos, não restam dúvidas: a necessidade de uma "saída limpa" era tão imperiosa para a tentativa de ganhar as eleições seguintes que os problemas pura e simplesmente foram empurrados para a frente. Se formassem governo logo se veria, caso contrário a bomba estouraria nas mãos de outros.

Recapitulando, Cristiano Ronaldo, José Mourinho, Pepe, Fábio Coentrão e Ricardo Carvalho foram ou estão a ser investigados pelo Fisco espanhol por não terem declarado a maior parte das receitas provenientes dos seus direitos de imagem (a título de exemplo, o Fisco espanhol suspeita que Cristiano Ronaldo "escondeu" mais de 100 milhões de euros). O esquema é sempre o mesmo. Determinadas sociedades negoceiam os contratos de publicidade. O dinheiro pago pelos patrocinadores, descontadas as respectivas comissões, segue, na sua quase totalidade, para empresas offshore. Escusado será dizer que o denominador comum de todo o esquema é Jorge Mendes ou sociedades controladas por ele. Mas o mais trágico de toda esta história é a mensagem que se está a passar aos milhões de fãs (entre os quais inúmeras crianças): se um dia fores realmente bom e ganhares milhões, rouba o mais que puderes.

Fatal como o destino, mais cedo ou mais tarde o problema das dívidas soberanas (de Portugal e não só) terá de ser encarado de forma pragmática. E encarar de forma pragmática o problema da dívida significa discutir juros (excessivos), maturidades (inadequadas) e montantes (exorbitantes). O FMI acha a questão incontornável, só a Alemanha não quer ouvir falar do assunto. Por cá, PCP e BE têm procurado colocar a questão na agenda do dia sem grande sucesso, diga-se. Tanto Presidente da República como PS e Governo acham que, a discutir-se o assunto, nunca antes das próximas eleições legislativas alemãs agendadas para o final do próximo ano. Entretanto, o Governo tem-se congratulado pelos resultados das emissões de dívida que tem feito. Juros de 3% até poderia ser uma boa notícia se... o país estivesse a crescer acima daquele valor. Acontece é que o nosso crescimento tem sido pouco superior a 1%, logo a dívida tem vindo a aumentar. Por outro lado, os encargos com o serviço da dívida, que e

Por muito que a humanidade evolua, há mistérios que nunca entenderemos. E um desses é a saída de António Domingues da CGD. Ninguém sabe o porquê da sua demissão. António Costa, depois de por si ou por interposta pessoa ter prometido, a António Domingues e à sua equipa, desobrigá-los da apresentação das declarações de rendimento e de património, não sabe. Quanto ao PSD, depois de ter feito aprovar uma norma que obrigaria a administração da CGD a apresentar as declarações, também não sabe. Já alguém perguntou ao próprio os motivos da sua demissão? Aposto que ele sabe!

Depois da inesperada e surpreendente eliminação das competições europeias, mais um passo de caranguejo. Ao perder com o Benfica, o Sporting foi ultrapassado pelo Porto e ficou um pouco mais longe do seu grande objectivo. Ainda não está nada perdido, mas... Quanto ao resto, palavras leva-as o vento.

Definitivamente, líder do PSD e Presidente da República estão em rota de colisão. Apesar de ambos serem oriundos da mesma família política, verdade seja dita, nunca morreram de amores um pelo outro. Mas, já que não é possível disfarçar a tensão entre ambos, podiam, em nome de um mais claro esclarecimento público das suas divergências, deixar os "jogos florais" dos últimos tempos e falarem, em português, de maneira que o cidadão normal os compreenda.

O impensável aconteceu. O Sporting foi afastado das competições europeias. Agora, aos leões, para não viverem uma nova época de pesadelo, só lhes resta ganhar o campeonato que é, aliás, o grande objectivo. Quanto ao resto, grandes penalidades por assinalar ou outras que tais, não passam de desculpas para amenizar uma época até agora decepcionante para o público afecto ao clube de Alvalade.

O FC Porto assegurou a passagem à fase seguinte da Liga dos Campeões, ganhando por 5-0 ao campeão inglês. Mas, talvez mais relevante do que os números da goleada em si, é o facto de a equipa azul e branca ter mostrado nos dois últimos jogos uma atitude como há muito não se via. Será que daqui para a frente vamos ter um Porto à Porto?

O PSD, pela voz de Luís Montenegro, lamentou o facto de o grupo parlamentar laranja não ter sido convidado para a cerimónia comemorativa do 1º de Dezembro. Mas lamentar o quê? Para eles (PSD) o 1º de Dezembro tem tanta importância (histórica ou outra) que até foi um dos feriados suspensos. Opinião bem diferente tem o nosso Presidente da República. Para ele, o 1º de Dezembro "nunca deveria ter sido suspenso" por ser a data que em que se celebra e se celebrará "sempre" a "nossa pátria e a nossa independência" .

Acabou a novela mexicana em que se tinha transformado António Domingues e a sua equipa na administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD). Historiando o brevíssimo consulado de António Domingues, podemos dizer que ele foi o CEO da CGD antes de o ser e que, assim que foi (nomeado), deixou de o ser, batendo com a porta. O senhor que se segue é Paulo Macedo, ex-Ministro da Saúde do governo Passos Coelho. Escolha acertadíssima. Uma vez que se trata de recuperar a saúde (financeira) da CGD, nada melhor do que um homem com provas dadas na Saúde!

No debate do Orçamento, Mourinho Félix, Secretário de Estado do Tesouro e primo de José Mourinho, treinador de futebol, em tempos conhecido como "the special one" , quase incendiou a bancada do PSD. Fazendo jus ao apelido e provocador ao melhor estilo do seu primo, Mourinho Félix disparou a seguinte frase para a bancada laranja: "Ou o deputado Leitão Amaro tem um profundo desconhecimento do RGIC (Regime Geral das Instituições de Crédito) ou uma disfuncionalidade cognitiva temporária" . O que foste dizer! Durante largos minutos a bancada laranja transformou-se numa feira de ciganos aos berros e murros na mesa. Só faltou mesmo chegar-se a vias de facto! Quanto à bancada socialista, ainda incrédula com o que tinha acabado de ouvir, manteve-se em silêncio, não esboçando nenhuma reacção de apoio ao governante. É caso para dizer, quem sai aos seus não degenera. E fica explicado o mau humor crónico de José Mourinho: é hereditário!

Já se desconfiava que Nuno Espírito Santo é tão bom ilustrador como treinador. Agora temos a certeza, após mais uma sessão de demonstração dos seus dotes artísticos. Para alívio da assistência, e só assim os jornalistas não perderam o fio à meada, Nuno foi acompanhando a sua demonstração com explicações verbais. Das explicações dadas pelo treinador do Porto, uma deverá ter ficado a martelar os cérebros dos adeptos e simpatizantes portistas: "Ninguém pode acusar qualquer jogador do FC Porto de sair do campo sem ter dado tudo" . Pena é que tudo seja tão pouco, pensarão os desconsolados adeptos portistas já mais ou menos conformados com mais uma época em branco!

António Domingues está debaixo de nova polémica relacionada com a CGD, polémica essa alimentada pelo PSD. Mas agora trata-se do quê? Do facto de António Domingues, ainda antes de ter assumido a presidência do banco público e quando ainda era vice-presidente do BPI, ter participado em reuniões sobre a recapitalização da CGD. O engraçado disto tudo é que o assunto é velho e requentado e demonstra que o PSD está completamente à deriva. Senão vejamos. A 27 de Setembro, na comissão de inquérito à CGD, António Domingues afirmou: "Fui abordado pelo senhor ministro das Finanças no dia 19 de Março, que me convidou para olhar para a hipótese de liderar a CGD. Pedi algum tempo para pensar, analisar a situação e perceber o que se passava. (...) Desde o dia 19 de Março e até 16 de Abril, que foi o dia que se tornou público que tinha aceite o convite e que manifestei ao Governo a minha disponibilidade, tomei um conjunto de iniciativas: desde logo, falar em Frankfurt e Bruxelas para saber

Segundo o Boletim Estatístico do Banco de Portugal, a dívida pública portuguesa na óptica de Maastricht (a que conta para Bruxelas) passou de 131.7% do PIB em Junho para 133.1% do PIB em Setembro e ninguém parece preocupado com o assunto. Ao mesmo tempo soube-se que Merkel será candidata a um quarto mandato à frente da principal economia da Europa, o que, muito provavelmente, caso ganhe, significará a manutenção das actuais políticas. Já se percebeu que a actual política conduz a um beco sem saída: crescimentos económicos muito fracos que a prazo tornarão as dívidas soberanas insustentáveis. Se é que já não o são! Veja-se o caso da Grécia...

Recebida no meio de uma onda de cepticismo geral, a geringonça (nome dado por Paulo Portas à solução governativa posta de pé por António Costa) celebrou há poucos dias um ano de existência. À data da celebração dos acordos pelos três partidos não faltou quem lhe augurasse poucos meses de vida ou então que não sobreviveria ao Orçamento do ano seguinte (leia-se 2017). Pois bem, não só ultrapassou todas as dificuldades, incluindo a proposta de Orçamento para o próximo ano, como, ao que parece, respira saúde e recomenda-se. Até o Presidente da República lhe teceu um rasgado elogio!

Nada mais errado do que assumirmos como o mais natural um dia seguir-se a outro.