segundofolego

Agora que a banca conseguiu (pelo menos para já) que o tribunal reconhecesse que a colecção de arte serve para pagar as dívidas, o sorriso deverá ser bem mais amarelo, não é senhor Comendador? A passada CPI foi um pagode, mas (mais uma vez, de momento) ri melhor quem ri por último. Já agora, é verdade, como foi noticiado nos meios de comunicação social, que tentou vender a sua colecção de arte, ainda que sem sucesso? Ninguém diria, a avaliar pelas respostas que deu na referida comissão parlamentar de inquérito!

Numa primeira fase, Mário Centeno começou por fazer parte da short list para a sucessão de Christine Lagarde no FMI. Depois, segundo a Bloomberg, Centeno já não faria parte dessa lista. Agora, a França, país que está a coordenar o processo de sucessão, veio clarificar que o nosso Ronaldo (o das Finanças, não o outro, igualmente nosso, mas futebolista), não só continua em jogo, como tem recebido apoios importantes (bem, na verdade, esta última parte, a dos apoios, não foi objecto de confirmação por parte dos franceses, mas espera-se que seja verdade). Ainda que não se possa afirmar com toda a certeza, a notícia posta a circular pela Bloomberg terá partido da candidatura do Senhor de Nome Impronunciável , Jeroen Dijsselbloem, ex-Ministro das Finanças da Holanda e antecessor de Centeno na liderança do Eurogrupo (o das putas e vinho verde, lembram-se?).

A constituição das listas do PSD para as próximas legislativas está a ser um autêntico "banho de sangue" e a deixar o PSD em polvorosa. Um após outro, os críticos de Rui Rio estão a ser afastados. Mas mesmo com uma bancada parlamentar de "carneiros" , Rio que se prepare. Caso venha a confirmar-se o que todas as sondagens têm vindo a apontar, isto é, que o PSD valerá metade do PS e que este estará no limiar de uma maioria absoluta, dispensando, dessa forma, uma geringonça 2, ou Rio sai pelo próprio pé, preferencialmente, na própria noite das eleições, ou é empurrado porta fora em muito pouco tempo.

Esta não lembraria nem ao mais pintado! No âmbito do programa Aldeias Seguras, os kits distribuídos pela Protecção Civil são feitos de materiais... inflamáveis! Dito isto, esquecendo tudo quanto foi dito anteriormente, Eduardo Cabrita, Ministro da Administração Interno, veio clarificar que o material distribuído não se destina ao combate de incêndios, mas sim a acções de sensibilização! Foi pior a emenda que o soneto! Entretanto, a empresa fornecedora do material, vendo as coisas a azedar para o seu lado, veio a público confirmar que esse material não serve para o combate a incêndios, pois "tal exigência não constava do caderno de encargos" . Mas quem é esta gente que tão levianamente desperdiça o dinheiro dos contribuintes, o nosso dinheiro? Quem é esta gente que, sem vergonha nenhuma na cara, diz agora uma coisa e mais logo o seu contrário? Eu não acredito que não haja em Portugal gente séria e honrada. Quanto mais não seja, porque considero-me uma dessas pessoas. Agora

Quem disse que a História não se repete não conhece Portugal. Parece impossível, mas, ano após ano, a História repete-se em Portugal a propósito dos fogos de Verão. Todos os anos, Governo após Governo, quando se aproxima a época crítica, "este ano é que vai ser, nunca houve tantos meios de combate aos incêndios como este ano" (primeira repetição da História). Depois, infelizmente, verifica-se que, da "fartura" propagandeada, há não sei quantos meios que: (1) só chegarão quando serão menos precisos, (2) outros tantos encontram-se inoperacionais a aguardar reparação. Resultado, ano após ano, o número de meios de combate aos incêndios, manifestamente inferior ao mínimo necessário, é sensivelmente o mesmo (segunda repetição da História). Mais uma vez, quem disse que a História não se repete não conhece Portugal.

Sempre gostei de Kevin Spacey. Foi, aliás, com alguma surpresa que li as acusações contra ele. Depois de acusado, vilipendiado, julgado e condenado pela opinião pública, Kevin Spacey viu serem-lhe retiradas as acusações de abuso sexual de menores. Ainda que seja, apenas, um dos casos em que Kevin Spacey é acusado, é uma vitória para quem se diz inocente. Quero acreditar que todas as outras acusações são igualmente fruto de motivos menos claros.

O mundo que se cuide! Trump está mortinho por desencadear uma guerra, quanto mais não seja, para desviar a opinião pública norte-americana dos sucessivos problemas com a sua Administração.

Ainda mal entramos no segundo semestre do ano, mas já há uma séria candidata a frase do ano, da autoria de Graça Fonseca, Ministra da Cultura, a propósito das obras de arte do Estado desaparecidas. Depois de noticiada que a localização dessas obras era desconhecida, a Ministra reagiu, recusando que estivessem desaparecidas, mas que precisavam de "uma localização mais exacta" . Olhe que não, senhora Ministra. Estando elas onde quer que estejam, a sua localização é exactíssima. O problema é que ninguém sabe onde!

É oficial, mais de 69% dos sócios decidiram retirar o estatuto de sócio ao ex-Presidente dos leões, Bruno de Carvalho. Muito me espantaria que o nosso homem se conformasse com esta decisão e não tentasse anular a Assembleia Geral por uma qualquer irregularidade.

Comecemos pelo caso mais mediático. Detido como um vulgar criminoso ao desembarcar em Lisboa, José Sócrates, ex-Primeiro-Ministro de Portugal, foi interrogado e preso preventivamente. A explicação para a medida aplicada foi que, caso continuasse em liberdade, para além do perigo de fuga, poderia perturbar a investigação em curso. Depois de acusado, julgado e condenado na praça pública, fruto de sistemáticas violações do segredo de justiça (sabiamente orquestradas, diria eu), José Sócrates soube, finalmente, de que era acusado. Escusado será dizer que, independentemente do desfecho do julgamento, que saberá, apenas, Deus quando começará, hoje não há nenhum português que não tenha uma convicção firmemente formada sobre a acusação e o carácter do ex-Primeiro-Ministro. Enfim, um exemplo paradigmático de como um Estado de Direito (como supostamente é o nosso) não pode nem deve tratar os cidadãos.

Depois da embrulhada que criou em torno da Huawei, Donald Trump prepara-se para uma nova frente de batalha. Desta vez, olhando para o seu próprio país, Trump pretende acabar com a encriptação nas comunicações. Ainda que de concreto não se saiba ainda nada, para a notícia ter transpirado é porque já estará a ser discutida na Casa Branca. A ir para a frente, isto representaria um rude golpe na privacidade dos cidadãos norte-americanos. E não me parece que o argumento avançado, combater a criminalidade, seja suficiente para uma medida tão drástica. Se a criminalidade dos EUA é um problema sério, dotem as forças policiais de meios para um combate mais eficaz. O Bozo original recebeu, nos Estados Unidos, o título de Embaixador Mundial da Boa Vontade . O Bozo II está a fazer tudo para ficar conhecido como o Maior Palhaço da Presidência Norte-Americana .