segundofolego

O ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, disse que Mário Centeno é "o Ronaldo do Ecofin" , grupo de Ministros das Finanças da União Europeia. Sendo Schäuble um político inteligente (e coerente), um dos poucos que sabe o que quer para a Europa, a expressão só pode ser irónica e sarcástica. Basta recordar "os recados" enviados. Em Junho de 2016 afirmou que Portugal estava a pedir um segundo resgate, em Outubro lamentou-se afirmando que Portugal estava a ter muito sucesso até à chegada do novo Governo e em Março deste ano novo aviso acerca de um eventual segundo resgate. Alguém acredita que em dois meses Schäuble mudou de opinião, convertendo-se ao rumo português? Ele nunca gostou da solução governativa encontrada por António Costa, não gosta da política económica de Centeno e nunca nos irá facilitar a vida.

Apesar das juras de amor eterno e das palavras de circunstância do costume ( "Jorge Jesus é o meu treinador" ou "Já estamos a preparar a próxima época" ), a dupla maravilha, que iria recolocar o Sporting na senda dos títulos, estará prestes a desfazer-se. Terá Jorge Jesus chegado à conclusão que, com Bruno de Carvalho a Presidente, era tempo perdido aspirar a ser campeão com o Sporting? Ou terá Bruno de Carvalho percebido que, para fazer o que Jorge Jesus tem feito, não faltam treinadores... muitíssimo mais baratos? Seja como for, independentemente das notícias postas a circular serem verdadeiras ou não, uma coisa é certa:  a lua-de-mel entre Bruno de Carvalho e Jorge Jesus terminou!

A prazo, mais ou menos curto, eis a situação de Michel Temer na Presidência do Brasil. Segundo a imprensa brasileira, há intensos contactos supra-partidários, visando a constituição de um novo Governo. Relembrando, Temer, apesar de pessoalmente implicado na autorização de pagamentos de subornos a políticos, recusa demitir-se. Numa decisão inédita em democracia, Temer, para tentar controlar as violentas manifestações no país, mobilizou o exército para reprimir os protestos.

"Vive-se um clima de ilusão. Saiu-se da depressão para uma quase euforia. Ninguém pára para pensar. De um momento para o outro, o dinheiro que não havia apareceu. Parece o milagre da multiplicação. Oxalá tarde muito o trambolhão que há de pôr toda a gente, de novo, a rezar a Nossa Senhora" (José Eduardo Moniz). As palavras de Eduardo Moniz reflectem, na perfeição, o paradoxo em que vivemos. Crescimento económico como já não víamos há muitos anos, défice historicamente baixo, e mesmo assim, uma dívida que não pára de crescer. Ainda segundo Eduardo Moniz, estando o país mais ou menos na mesma, com as reformas (realmente) estruturais metidas na gaveta, a sensação de que se vive no melhor dos mundos é fruto da mestria do Governo em matéria de comunicação e de propaganda. Não será exactamente assim, pois os números merecem realmente algum optimismo. Mas enquanto o serviço da dívida representar a hemorragia de dinheiro que tem representado, Portugal continuará um país eternamen

O discurso do PSD a propósito do actual momento da economia portuguesa é risível, melhor dizendo, é de morrer a rir. Depois de andar meses a prever catástrofes, quando as catástrofes viram sucessos, reclamar para si os louros dos mesmos é um atentado à inteligência (e à memória) das pessoas. As pessoas ainda estão recordadas dos anos de chumbo do Governo PSD-CDS. Ouvir Maria Luís Albuquerque dar lições de moral sobre o dinheiro mal gasto dos contribuintes é puro desplante, tendo em conta que foi ela (mais o Governo de que fazia parte) quem tomou as decisões que mais caras saíram (ou irão sair) aos contribuintes. Aliás, nem compreendo como é que o PSD mantém Maria Luís como porta-voz para as questões económicas. Sempre que ela abre a boca, o partido dá um tiro no pé.

Nuno Espírito Santo (NES) já não é treinador do FC Porto. Sócios e simpatizantes já respiram mais aliviados, pedindo a Deus que Pinto da Costa tire, desta vez, o coelho certo da cartola. O jejum já começa a pesar e para o ano o Benfica pode igualar a proeza do Porto, ganhando cinco campeonatos consecutivos. Na imprensa, para suceder a NES, circula o nome de Marco Silva, com o qual já haverá um acordo de princípio. Caso isso se venha a verificar, resta saber se Marco Silva terá pulso (e apoio) para "limpar" o balneário que me parece ser, em larga medida, responsável pelos sucessivos insucessos do FC Porto.

A morte de Nicky Hayden é uma cruel ironia do destino. Para quem viveu grande parte da sua vida no fio da navalha, arriscando a vida, grande Prémio após Grande Prémio, a rolar a mais de 300 km por hora em cima de uma moto, perder a vida em consequência de um acidente enquanto circulava de bicicleta, não deixa de ser (quase) uma anedota. Campeão do mundo em 2006 na classe-rainha do motociclismo de velocidade, Hayden competia, actualmente, no Mundial de Superbikes aos comandos de uma Honda.

Reagindo à decisão do Departamento de Justiça de nomear um conselheiro especial (o antigo Director do FBI, Robert Muller) para investigar a alegada intromissão russa na campanha presidencial, Donald Trump diz-se alvo da maior caça às bruxas da história dos Estados Unidos. Diga-se, em abono da verdade, que Trump tudo tem feito para estar sob forte escrutínio da imprensa e da sociedade norte-americana. A última acha com que Trump tem alimentado a fogueira onde um dia se queimará foi a demissão do Director do FBI, James Comey. Ainda que seja muito cedo, não há forma de iludir a realidade: o espectro de Nixon paira sob o actual inquilino da Casa Branca.

Caso as autárquicas não corram tão bem como o PS espera, está encontrada a "culpada" da situação: Ana Catarina Martins, coordenadora autárquica e número 2 do PS. O tiro de partida foi dado pelo atribulado processo de escolha do candidato à Câmara do Porto. Como se isso fosse coisa de pouca monta, a senhora resolveu ir um pouco mais longe e colocou em pé de guerra a Comissão Política da Distrital do PS/Braga, a qual aprovou por unanimidade uma moção de repúdio contra o "quero, posso e mando do PS nacional" em relação à escolha dos candidatos em vários concelhos da região.

Wolfgang Schäuble, Ministro das Finanças alemão, à semelhança da tese defendida pelo novo Presidente francês, admitiu que é necessário assegurar transferências financeiras dos países mais ricos do euro para os mais pobres de modo a construir-se uma comunidade de países com diferentes níveis de desenvolvimento. Ainda que na prática tudo continue na mesma, esta ideia representa um enorme salto em frente. Recordando, ainda há não muito tempo, "o maestro" falava numa zona euro a duas velocidades! Agora (leia-se depois das eleições na Alemanha), é só passar das palavras aos actos. E ainda há quem diga que não há milagres!

Algumas das maiores empresas norte-americanas, que são também das maiores do mundo no respectivo sector, nadam, literalmente, em dinheiro fora dos Estados Unidos. Anos e anos de lucros conseguidos fora do país por lá ficam porque a maior economia do mundo é também aquela onde os impostos para repatriar lucros conseguidos no estrangeiro são mais elevados. Donald Trump está a tentar inverter a situação, planeando uma grande descida de impostos para incentivar as empresas a repatriarem o dinheiro. Segundo a Business Insider , em 2016, foram reportados pelas empresas mais de dois biliões de dólares de lucros no estrangeiro, sendo as dez mais: (1) Microsoft 124 mil milhões de dólares, (2) Apple 109.8 mil milhões, (3) Pfizer 86 mil milhões, (4) General Electric 82 mil milhões, (5) IBM 71.4 mil milhões, (6) Johnson & Johnson 66.2 mil milhões, (7) Cisco Systems 65.6 mil milhões, (8) Merck 63.1 mil milhões, (9) Alphabet (dona da Google) 60.7 mil milhões e (10) Exxon Mobil 54 mil milhões.

A delegação alemã de deputados da Comissão do Orçamento do Bundestag (Parlamento alemão) que veio recentemente a Lisboa mostrou-se agradavelmente surpreendida com os números das finanças portuguesas. Contudo, para eles, reestruturação de dívida, se chegar a acontecer, só depois do Outono (eleições na Alemanha). O tema é sensível para os eleitores alemães, para os quais reestruturação de dívida é sinónimo de desembolso de mais dinheiro para os povos do sul. Até aqui nada de novo. Mas é preciso ter lata vir ao nosso país dizer que os nossos problemas (e de mais alguns países como, por exemplo, a Grécia) podem esperar até à realização das eleições alemãs e que depois... logo se verá. Conscientes, talvez, da arrogância das suas palavras (falam como se fossem donos da Europa) e, tentando suavizar a questão, logo se apressaram a esclarecer que, na Alemanha, Portugal não tem boa nem má imprensa. Simplesmente não se fala do país o que... é bom!

João Miguel Tavares, cronista do jornal Público, a propósito da tolerância de ponto do passado dia 12 de Maio, decidiu escrever a sua crónica em jeito de carta aberta dirigida ao Primeiro-Ministro, António Costa. Escreveu ele que, não estando abrangido pela tolerância decretada e frequentando os filhos dele a escola pública (que estaria fechada), não teria a quem os deixar no dia 12 de Maio. "Nesse sentido, e porque sei da sua infatigável disponibilidade para resolver todos os problemas dos portugueses, em geral, e dos lesados pelas tolerâncias de ponto, em particular, agradecia muito que me indicasse para o mail que encontra no final deste texto, ou para um número de telemóvel que os serviços secretos certamente lhe disponibilizarão, qual seria a melhor porta do Palácio de São Bento para eu largar os meus filhos (...) " , escreveu João Miguel Tavares na referida crónica. E não é que recebeu um email de António Costa a dizer que tomava conta das crianças durante a manhã,

Se o arrependimento matasse, Bruno de Carvalho já estaria, provavelmente, no outro lado. Vem isto a propósito da ida de Leonardo Jardim para o Mónaco. O trabalho desenvolvido pelo técnico português no clube monegasco tem sido notável. Em três anos acabou com o reinado do Paris Saint Germain e transformou o Mónaco numa fábrica de fazer golos. Mas para construir um projecto ganhador é preciso tempo, tempo esse que a impaciência de Bruno de Carvalho lhe negou. Recordando, Leonardo Jardim foi contratado pelo Sporting assim que Bruno de Carvalho chegou à presidência do clube leonino. Nesse ano, com uma equipa de miúdos, ficou em segundo lugar no campeonato, levando de imediato o Presidente do Sporting a fixar, como objectivo para a época seguinte, a conquista do mesmo. Jardim, que sabia que isso era missão (quase) impossível, aproveitou um convite do Mónaco e bateu com a porta. O resto é por demais conhecido. Marco Silva, o treinador que lhe sucedeu, também foi empurrado pela porta fora.

Apesar de o Sporting ter feito uma segunda volta do campeonato de qualidade (33 pontos), como manter uma equipa motivada quando não há nada para ganhar? Os arrufos e os recados de Bruno de Carvalho não surtem efeito. Quanto a Jorge Jesus, azedado que está o caldo com o Presidente, já estará a pensar no pós-Sporting. Depois de uma surpreendente derrota em Alvalade frente ao Belenenses, o Sporting volta a perder, desta vez frente ao Feirense. "Erros" , "falta de crença" , "falta de confiança" , as explicações dadas por Jorge Jesus no final do jogo frente ao Feirense. A questão é que, estando tudo decidido no que respeita à classificação do Sporting, a equipa já só estará a pensar nas férias. Haja quem pense na próxima época!

Já se vai conhecendo com algum pormenor os contornos do recente ataque informático à escala global. O ataque foi desencadeado por um grupo de hackers gregos, intitulados σκλάβοι του χρέους (Escravos da Dívida), os quais, fartos de verem a situação grega degradar-se sem que alguém (leia-se, Comissão Europeia, FMI ou BCE) mostre disposição para enfrentar o problema de forma séria e definitiva, resolveram atacar grandes empresas europeias. O objectivo era reunir dinheiro suficiente para pagar a dívida grega e correr, de vez, com a troika de Atenas. De acordo com o que já foi possível investigar, tratou-se de um ataque de ransomware , mais concretamente, uma variante da família "WeDoNotPay" (Não Pagamos).

Antes de começarmos, um ponto prévio. Apesar de conquistado a 13 de Maio, o tetra do Benfica não teve nada a ver com Fátima. Agora sim, passando ao assunto de hoje, numa prova longa, como o campeonato nacional de futebol, o Benfica foi a equipa mais regular, a equipa que conquistou mais pontos, logo foi a melhor, logo merece o título. Terá sido beneficiada? Provavelmente, mas isso não minimiza o fracasso dos seus adversários. Estes só podem queixar-se de si mesmos e dos erros que cometeram, tanto na preparação da época, como ao longo da mesma. O resto são histórias!

"Ninguém morre por não ter acesso a cuidados de saúde" . A frase, proferida pelo congressista republicano Raúl R. Labrador um dia depois de a Câmara dos Representantes ter aprovado o American Health Care Act (lei que revoga a legislação sobre acesso à saúde do ex-presidente Barack Obama), é, sem dúvida alguma, uma séria candidata a cúmulo da estupidez humana. É um insulto aos seres humanos que todos os dias morrem, precisamente, por falta de cuidados médicos um pouco por todo o mundo. A frase é tão absurda que a sua adjectivação é impossível, seja em que língua for. Em suma, o homem é uma besta!

Assunção Cristas, líder do CDS e candidata à Câmara Municipal de Lisboa, apresentou um plano para a expansão da rede do Metro de Lisboa: até 2030, 20 novas estações! Só não disse com que dinheiro. Como ela já afirmou que irá estar presente nas cerimónias de Fátima, presume-se que, para além de rezar a Nossa Senhora para fazer um novo milagre, também tenha uma conversa com o Papa Francisco para que, também ele, interceda juntos dos poderes divinos pelo aparecimento do dinheiro. Não há dúvida, já estamos em plena campanha eleitoral para as autárquicas!

Maria Luís Albuquerque tem razão quando afirma que o Presidente da República "não é uma entidade independente e técnica" no que respeita aos resultados orçamentais. Na minha opinião, o Presidente é sim algo idêntico a António Costa: um optimista crónico e ligeiramente irritante (ao que parece, não tão ligeiro para os social-democratas). E será isso que está a causar azia aos laranjas.

"O que posso garantir é que, enquanto presidente, para mim chega. Tudo tem de ser diferente na próxima época" . As palavras, de Bruno de Carvalho, em concreto, significam o quê? Que o Sporting vai deixar de comprar jogadores ao quilo que não pegam nem de estaca? Que vai passar a apostar mais nos atletas da sua formação? Que vai deixar de fixar como objectivo, ano após ano, a conquista do campeonato e, com paciência, construir uma equipa para dar essa alegria aos sportinguistas? Se a resposta às perguntas anteriores for sim, então Jorge Jesus talvez não seja a melhor opção para o comando técnico da equipa.

Em Março, a dívida pública portuguesa subiu para os 243.5 mil milhões euros, um crescimento de 23 milhões face ao mês anterior e cerca de 10 mil milhões face ao mesmo mês do ano anterior (dados do Banco de Portugal). E no entanto, todos calmos e serenos como se vivêssemos no melhor dos mundos, o que, para mim, é absolutamente incompreensível. Expliquem-me, como se eu fosse loiro, como é que, nos últimos anos, mês após mês, crescendo a dívida alguns milhões de euros todos os meses, ainda há gente capaz de afirmar que a situação é sustentável. Ainda que à custa do desenvolvimento económico e social do país, de momento, a situação será, quando muito, gerível, não sustentável. Mas, mais cedo ou mais tarde, caso a trajectória da dívida se mantenha, há-de chegar o momento do confronto inevitável com a realidade.

Como todos os estudos de opinião apontavam, ainda não foi desta que Marine Le Pen chegou ao poder. Em França, continua a mandar um galo, ou não fosse "le coq" o símbolo francês.

Chega ao fim, sem honra nem glória, o mandato presidencial de François Hollande. Hollande chegou ao poder a carregar sobre os ombros a esperança de uma Europa subjugada ao jugo alemão. Mas essa esperança rapidamente desapareceu. Ainda mal tinha sido eleito e já voava para Berlim para o beija-mão da chanceler alemã. Depois, uma série de erros e de catástrofes levaram-no à decisão inédita de não se recandidatar a um segundo mandato. Seguramente, desde a implantação da V República em França, o pior presidente de que há memória.

Vítor Oliveira, treinador de futebol e rei das subidas da II Liga ao escalão principal do futebol, acaba de assinar mais um capítulo de sucesso, o décimo no seu curriculum , quinto consecutivo (2012/13 Arouca, 2013/14 Moreirense, 2014/15 União da Madeira, 2015/16 Chaves), levando o Portimonense à Primeira Liga. Se suceder o habitual, objectivo cumprido, Vítor Oliveira, despede-se do Portimonense e agarra um novo desafio, que é como quem diz, vai treinar um outro clube da II Liga com o objectivo de o levar ao escalão principal do futebol português. PS-As outras equipas que Vítor Oliveira liderou até à I Liga foram: Paços de Ferreira (1990/91), Académica (1996/97), União de Leiria (1997/98), Belenenses (1998/99) e Leixões (2006/07).

Vinte e seis anos depois de ter sido eleita a mulher mais bonita do mundo pela primeira vez, Julia Roberts voltou a ganhar a distinção, pela quinta vez, este ano. Apesar de já ter 49 anos de idade, Julia Roberts considera que ainda não atingiu o seu auge e que o melhor está para vir. Custa a acreditar pois no cinema Julia Roberts tem protagonizado desempenhos dificilmente superáveis e... o tempo não costuma perdoar!

Fez no passado dia 2 de Maio trinta e um anos que Henri Toivonen (e Sergio Cresto) perdeu(eram) a vida num trágico acidente no rali da Córsega. Toivonen, expoente máximo dos "finlandeses voadores" , quase universalmente considerado o piloto de ralis mais rápido de sempre, não teve tempo para alcançar os títulos que todos previam. Corre, aliás, um curioso mito na Net segundo o qual, em 1986, Toivonen ao volante de um Delta S4 ter feito um "tempo canhão" no Estoril, tempo esse que o colocaria no sexto lugar da grelha de partida do Grande Prémio de Fórmula de Portugal do mesmo ano. Como disse, será um mito, mas se existiu homem capaz disso, o seu nome só poderia ter sido Henri Toivonen.

Vítor Gaspar, Director do Departamento de Assuntos Orçamentais do FMI, espantou recentemente o mundo (e, particularmente, Portugal) ao enunciar os cinco princípios que a política orçamental deve observar. E o espanto deriva do facto de Vítor Gaspar, enquanto Ministro das Finanças de Portugal, ter feito exactamente o contrário. Conduziu uma política pró-ciclo, agravando profundamente a recessão, não foi amiga do crescimento, aumentou as desigualdades sociais, as receitas fiscais colapsaram (levando ao enorme aumento de impostos) e não foi nada prudente (a miséria social infligida foi muito para além do necessário). Logo, das duas uma: (1) ou Vítor Gaspar aprendeu com a experiência, o que demonstra que é um homem inteligente, ou (2) bem prega Frei Tomás, faz o que ele diz, não faças o que ele faz. Se pensarmos na cartilha oficial do FMI, inclino-me bem mais para a segunda hipótese do que para a primeira.

Ainda que não tenha sido divulgado, Pinto da Costa já escolheu o futuro treinador para o FC Porto. Só que, desta vez, Pinto da Costa resolveu jogar pelo seguro. Desconfiando que, mais uma vez, Jorge Mendes lhe poderia estar a vender gato por lebre, o presidente do Porto resolveu consultar uma vidente. E, ao que parece, gostou do que viu e ouviu. Ainda não será na próxima época que o Benfica igualará o Porto no número de campeonatos consecutivos ganhos.

O documento sobre a reestruturação da dívida portuguesa foi apresentado. E a sua leitura constitui uma enorme desilusão pela falta de arrojo das propostas nele contidas. As poupanças estimadas são baixas e não resolvem o problema de fundo. A hemorragia de recursos para o exterior continua, comprometendo o investimento e o desenvolvimento económico e social do país, bem como a própria sustentabilidade da dívida (segundo o Banco de Portugal, a dívida pública portuguesa aumentou, em Fevereiro, para 243.490 milhões de euros, mais 643 milhões face ao mês anterior e mais 11.956 milhões de euros face ao mês homólogo do ano anterior). O Presidente da República tem chamado a atenção para a necessidade de aumento dos níveis de investimento. Como? Não há dinheiro suficiente. Enquanto a prioridade continuar a ser o pagamento dos encargos da dívida, fingindo que a situação é sustentável, e sacrificando o investimento, esse sim gerador de riqueza, Portugal está condenado a uma vida de miséria.