Mau começo, péssima continuação
Vamos começar pelo princípio para não pensarem que estou a inventar. Em Agosto de 2014, aquando da resolução do BES e consequente criação do Novo Banco, foi-nos garantido que tal decisão não acarretaria qualquer ónus para os contribuintes. Foi-nos garantido não, foi-nos jurado com a mão sobre a Bíblia. A haver prejuízos, eles iriam ser suportados pelo Fundo de Resolução e o capital injectado pelo Estado não passava de um mero empréstimo que iria ser integralmente reembolsado com juros. Numa palavra, um bom negócio para os contribuintes portugueses. Foi-nos também garantido que só transitariam para o Novo Banco os activos bom, e que todos os activos tóxicos continuariam no BES. Pois bem, ainda que tudo tenha corrido da forma descrita, os prejuízos apresentados em 2015 pelo Novo Banco, mais do que impressionantes, foram absolutamente pornográficos, quase mil milhões de euros. Agora, mais recentemente, foram divulgados os resultados do primeiro trimestre de 2016: mais 249.4 milhões de euros de prejuízos! Como só transitaram para o Novo Banco os activos bons (lembram-se?), imaginem o que seria se tivesse transitado tudo. Seguramente, o país já teria sido engolido por esse monstruoso buraco negro sorvedor de dinheiro!
PS-O BES fechou o ano de 2015 com prejuízos de 2.598 milhões de euros, o que fez disparar o capital próprio negativo para 5.287 milhões de euros. Ainda haverá alguém, com algum juízo, que acredite na treta do sem custos para os contribuintes?
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