segundofolego

Vencido, mas não convencido, Donald Trump ao perceber que não reunia os apoios necessários para revogar a lei de acesso aos cuidados de saúde (conhecida por Obamacare) em vigor, mandou retirar a sua proposta de votação naquela que é, para já, a sua maior derrota política. Mas o aviso ficou lançado: "Isto não é o fim da história" .

Este é apenas mais um exemplo da fúria (cega) regulamentadora que anima os burocratas de Bruxelas. Recentemente, numa conferência em Portugal, Vytenis Andriukaitis, Comissário Europeu da Saúde e Segurança Alimentar, defendeu que todos os Estados-membros deveriam proibir o consumo de tabaco "em todos os espaços públicos" , nomeadamente praias, parques infantis ou estádios de futebol. Felizmente Bruxelas não tem competência para legislar nesta matéria e, contrariamente aos burocratas de Bruxelas, ainda vai imperando algum bom senso na cabeça dos governantes dos diversos países. De qualquer forma, mesmo que por absurdo venha a ser introduzida uma tal norma, quero deixar, desde já, a garantia que neste blogue, que é espaço público, os fumadores continuarão a ser bem-vindos

O Reino Unido activa, hoje, o Artigo 50 do Tratado de Lisboa, iniciando dessa forma o processo de saída da União Europeia. As negociações adivinham-se longas (pelo menos dois anos) e difíceis. Há gente com vontade de vingança. Tanto o resultado do Brexit , como o avanço da extrema direita um pouco por toda a Europa é o resultado do crescente distanciamento entre os cidadãos europeus e Bruxelas. Os burocratas da Comissão Europeia, sem nenhuma legitimidade democrática, resolveram regulamentar a vida das pessoas até ao mais pequeno pormenor, esquecendo as especificidades de cada povo e de cada país. Os ingleses sempre foram muito orgulhosos da independência do seu Parlamento. Mesmo durante o tempo em que fizeram parte da União Europeia, sempre negociaram cláusulas de excepção relativamente a muitas matérias. Sabiam que a permanência na União Europeia implicaria alguma perda de soberania. O que não estiveram dispostos a aceitar foi que Bruxelas regulamentasse as suas vidas até ao mais í

A "geringonça", e a política seguida pelo Governo português, estão a provocar um ataque de nervos nos centros de decisão da Europa. Como se não bastasse os "avisos" recorrentes de Schäuble, Ministro das Finanças alemão, e o desabafo infeliz de Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo, também Mario Draghi, presidente do BCE, resolveu puxar dos galões a ameaçar Portugal com possíveis sanções. Não importa que a realidade contradiga os seus preconceitos ideológicos e que Portugal esteja conseguir resultados únicos em mais de 40 anos de democracia. É preciso castigar o atrevimento português por estar a demonstrar à Europa que há mais vida para além da austeridade!

"Não se pode gastar todo o dinheiro em mulheres e álcool [em português vernáculo, putas e vinho verde]  e, depois, pedir ajuda" . Apesar de todas as explicações (esfarrapadas) posteriores, a boca do ainda presidente do Eurogrupo, o holandês Jeroen Dijsselbloem, é um insulto aos países do sul da Europa. Por definição, sendo os políticos pessoas contidas, dizendo o que ele disse, imagine-se o que não pensará! Compreende-se, o homem ainda deve andar cheio de azia provocada pelos resultados das recentes eleições na Holanda.

Teresa Leal Coelho é a candidata pelo PSD à Câmara Municipal de Lisboa. Obviamente, escolha solitária de Pedro Passos Coelho, trata-se de um nome de recurso. Largos meses esperou o PSD por Pedro Santana Lopes, qual D. Sebastião que apareceria num dia de nevoeiro. Descartada essa hipótese, e com a candidatura do CDS formalmente anunciada, Passos Coelho ficou entre a espada (apoiar a candidatura do CDS, abdicando de uma candidatura do partido) e a parede (encontrar um nome suficientemente forte para não "ficar mal na fotografia" ). Teresa Leal (ao) Coelho estará consciente que a cadeira de Presidente da Câmara de Lisboa é uma miragem. Contudo, se conseguir uma votação superior à de Assunção Cristas (cujo objectivo é ultrapassar a percentagem de votos conseguida por Paulo Portas quando foi candidato) e impedir Fernando Medina de ganhar com maioria absoluta, objectivo atingido.

Eis o que António Domingues não queria que caísse no domínio público: 540.000 euros de rendimentos como trabalhador por conta de outrém (em 2015), um prédio em Lisboa avaliado em 1.2 milhões de euros (que, só em 2015, rendeu 48.000 euros de rendas), um veleiro, dois Porsche 911 e várias contas bancárias, a mais recheada das quais, com 3.7 milhões de euros. Felizmente raptos para exigir resgates são "cowboyadas" do terceiro mundo. Se assim não fosse, António Domingues bem podia contratar, desde já, segurança pessoal para si e para os seus. A sua declaração de rendimentos e de património, ao cair no domínio público, tê-lo-ia transformado num alvo apetecível e... rentável!

A França está a viver a mais estranha campanha eleitoral desde a implantação V República. François Fillon, o candidato da direita francesa que aparecia muito bem posicionado nas intenções de voto, foi acusado de desvio de fundos públicos e de apropriação indevida de bens sociais. Apesar de ainda não ter desistido, como ele afirmou durante as primárias da direita que se demitiria caso fosse indiciado por algum crime (farpa dirigida ao seu rival Nicolas Sarkosy), muito provavelmente, não lhe restará outra alternativa que não seja cumprir o prometido. Com tudo isto, Fillon deu um grande tombo nas intenções de voto, figurando agora em terceiro lugar, largamente distanciado de Marine le Pen (extrema direita) e de Emmanuel Macron (socialista).

O Ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, para além da sua incapacidade física (vive, infelizmente, confinado a uma cadeira de rodas), deve ter mais algum problema que lhe provoca uma azia terrível sempre que fala de Portugal. Em Outubro passado afirmou que em Portugal ia tudo muito bem até entrar em funções o actual Governo. Agora, um novo "recado" . "Certifiquem-se [Portugal] de que não precisam de um novo resgate" . Se há coisa que o actual Governo está a demonstrar é que a cantiga do não há alternativa (à austeridade) é uma grande treta cujo único suporte são modelos matemáticos sem nenhuma correspondência com a realidade. Portanto, qual é o problema?

Correu há dias o boato que Sérgio Monteiro, contratado a peso de ouro pelo Banco de Portugal para liderar a equipa de venda do Novo Banco (com os resultados que todos conhecemos), iria integrar um alto cargo no Novo Banco. Como entretanto nunca mais se ouviu falar do assunto, muito provavelmente, o boato não passou disso mesmo. O que parece ser verdade é que Sérgio Monteiro, ao deixar de liderar a venda do Novo Banco e passar a consultor do Banco de Portugal (finais de Fevereiro), viu o seu salário reduzido a uns míseros 5.000 euros/mês, ou seja, cerca de 20% do que recebia até então. Até parece que ainda anda por aí a troika a cortar salários e pensões!

A  "comissão SMS", recentemente empossada, vai iniciar os trabalhos.  Não haverá ninguém que não tenha percebido o que aconteceu, mas PSD e CDS, à falta de melhor, não param de pedir a cabeça de Centeno num prato. Como o discurso catastrofista e miserabilista do PSD e do CDS não tem tido (felizmente!) correspondência com a realidade e como a questão das transferências para offshores fora do radar do Fisco está a causar incómodo, nada como desviar a atenção para os SMS trocados entre Centeno e Domingues.

Para a Procuradoria-Geral da República, Rosário Teixeira, procurador que está a chefiar a equipa que investiga José Sócrates, caso as coisas não mudem de figura, arrisca-se a um "pontapé no rabo" (deste inquérito, entenda-se). A investigação eterniza-se sem que haja acusação. Joana Marques Vidal, farta de arraia miúda, deseja, ardentemente, "morder" outros peixes, mais graúdos, normalmente designados por "tubarões" , os tais que arranjam sempre forma de escapar às malhas da justiça.

Alegadamente, José Sócrates é um homem rico, mesmo muito rico. Como a acusação do Ministério Público nunca mais avança, Sócrates decidiu ir descansar para uma praia. Mas, ao embarcar, fez questão de deixar absolutamente claro que, no dia em que seja deduzida a acusação, regressa a Portugal para defender a sua honra nos tribunais. Entretanto, caso o descanso não se venha a revelar demasiado cansativo, talvez dedique algum do seu tempo a escrever a sua versão das célebres conversas das quintas-feiras.

Como já se adivinhava, o Ministério Público (MP), mais uma vez, não cumpriu o prazo para a formulação da acusação a José Sócrates. E a Procuradora-Geral da República, mais uma vez, aceitou as lamúrias do MP: não só considerou o pedido "justificado" , como só em Abril fixará o prazo para o fim das investigações. Em poucas palavras, um desrespeito absoluto dos mais elementares direitos e garantias dos arguidos digno de uma qualquer república das bananas. E, já agora, estes adiamentos sistemáticos estão a provar uma coisa: inteligência não é coisa que abunde para aqueles lados. Ainda não perceberam que a única forma de resolver um problema extremamente complexo é dividi-lo em problemas mais simples de maneira a ir encontrando respostas parciais que, conjugadas, resolverão o problema inicial. As palavras são de Elina Fraga, ex-bastonária da Ordem dos Advogados: "O Ministério Público está a gerar um monstro. Neste momento há 91 volumes, 452 apensos e 13.5 milhões de fichei

Passos Coelho tinha mesmo razão: o Diabo anda à solta! Ainda há poucos dias o Barcelona fez história ao recuperar de uma desvantagem de quatro golos. Agora foi a vez do Mónaco, eliminando o Manchester City. Na Inglaterra, particularmente junto dos adeptos do City (e de Guardiola que, pela primeira vez, caiu nos oitavos de final da Liga dos Campeões), o Diabo (em forma de gente) deve ter assumido um  "new look", o de Leonardo Jardim!

Resolvidas (mal) para o Sporting todas as competições esta época e arrumada a questão do presidente (e, já agora, também do treinador), o que os leões deveriam fazer era preparar, desde já, a próxima época. Avaliar cuidadosamente o plantel, dispensar quem deve ser dispensado (leia-se, a quase totalidade dos "reforços" contratados) e começar a dar mais tempo de jogo a alguns jovens da formação que já demonstraram ter valor (mais do que) suficiente para integrar a principal equipa de futebol de Alvalade e que, na realidade, são melhores do que os supostos reforços. Bem sei que o dinheiro não deve abundar nos cofres de Alvalade, mas, já agora, contratar uma ou duas "âncoras" de verdadeira categoria internacional para dar estabilidade à equipa. Esta época, mais do que uma vez, o Sporting com o jogo mais do que ganho deixou escapar o pássaro.

"Terrível! Acabo de saber que Obama mandou pôr escutas na Trump Tower antes da minha vitória. Isto é macartismo!" , twittou o Presidente para tentar desviar as atenções das notícias dando conta das ligações da sua Administração à Rússia. O truque é velho, criar uma cortina de fumo para desviar a atenção de assuntos incómodos, mas, como Trump rapidamente percebeu, perde eficácia com o uso (as acusações já foram oficialmente desmentidas). Mais uma para os anais de Pinóquio Trump!

Joana Marques Vidal, Procuradora-Geral da República, tinha prometido que, no dia em que conseguisse almoçar (sopa, prato (peixe ou carne), pão, café e uma canequinha de maduro da casa) com esta nota, José Sócrates veria a acusação formulada e poderia começar a preparar a sua defesa. Para além disso, como desconfiava que poderia ser difícil (ou mesmo impossível) almoçar por "cinco paus" , fixou um prazo para a conclusão das investigações, a próxima sexta-feira, independentemente de quaisquer outras considerações. Ao que tudo indica, nenhuma das duas situações se irá verificar: a Procuradora ainda não conseguiu almoçar por aquele preço e o Ministério Público não vai encerrar as investigações até à próxima sexta-feira. Se José Sócrates adivinhasse, bem poderia ter aproveitado o tempo para escrever as memórias do tempo em que foi Primeiro-Ministro. Como só conhecemos a versão de Cavaco Silva, seria interessante conhecer a versão do outro interlocutor das conversas das quintas-

Os gregos são uns ingratos. Desde que a troika aterrou em Atenas, tentando, repetidamente, salvar a Grécia da bancarrota, que não param de o demonstrar à Europa e ao mundo. E o que se passa com a política e as finanças gregas tende a alastrar a outras áreas. Foi o que aconteceu com Paulo Bento, que foi despedido do Olympiakos. E ao contrário do que se possa pensar, não o foi por maus resultados: o clube grego vai à frente no campeonato e continua em competição tanto na taça grega como na Liga Europa. Paulo Bento foi despedido por ter igualado uma marca histórica do clube grego: três derrotas consecutivas, o que já não acontecia desde a época 1995/1996!

Donald Trump prometeu dotar o orçamento da defesa norte-americana com verbas como há muitos anos não há memória ( "aumento histórico dos gastos na defesa" ). Como o dinheiro não estica, o aumento de 54 mil milhões de dólares no orçamento da defesa (é de um aumento desta natureza que estamos a falar!) será acompanhado de uma redução equivalente nos programas não militares. Conhecendo como se conhece o pensamento dele, não é difícil adivinhar quais serão as áreas sacrificadas!

O dinheiro do BES desapareceu? Dos tais 10.000 milhões de euros transferidos para offshores fora do radar do Fisco, mais de metade terão tido origem no banco BES. Para além disso, Ricardo Salgado terá ordenado a transferência de 50 milhões de euros para contas de Zeinal Bava e de Henrique Granadeiro (cerca de metade para cada um) a troco de uns vagos favores cuja remuneração não vale, sequer, um "pentilésimo" da quantia em causa. E, ao que parece, a procissão ainda vai no adro!

Depois da pesada derrota do Barcelona em Paris (4-0), muito pouca gente acreditaria que o clube catalão prosseguisse na Liga dos Campeões. E depois de o Paris S. Germain ter feito o 3-1 em Nou Camp, ainda menos gente acreditaria. O Barcelona precisava de anular uma desvantagem que, até ontem, ainda nenhum clube tinha conseguido anular (na Liga dos Campeões). Neymar, nos sete minutos finais da partida, marcou dois golos e fez a assistência para o sexto golo dos catalães, golo esse que selou o naufrágio dos franceses.

Marcelo Rebelo de Sousa completa, hoje, o primeiro aniversário em Belém. Desde o início do seu mandato, ficou claro que o seu entendimento das funções presidenciais seria criar condições para que o Governo governe, seja ele qual for. E tanto tem sido assim, que o Presidente não se tem livrado de críticas de excessiva colagem ao Governo.

O Velho do Restelo, imortalizado por Camões na sua obra Os Lusíades, mudou de sexo! Agora é a Velha do Restelo e sempre que há boas notícias relativamente ao andamento das finanças públicas portuguesas lá temos de ouvir os seus lamentos. Desta vez teve um interlocutor à altura, o Presidente da República, que não a deixou sem resposta:  "Milagre este ano em Portugal só vamos celebrar um, que é o de Fátima para os crentes, como é o meu caso, tudo o resto não é milagre. Saiu do pelo e do trabalho dos portugueses desde 2011/2012".

Alguém explica como é que Miguel Relvas detém 31.7% da Pivot (holding que em 2015 comprou o Banco Efisa, antigo banco de investimento do BPN), sociedade que, em parceria com a Aethel Partners, fez uma oferta de 4.000 milhões de euros pelo Novo Banco? O homem (Relvas) bem tinha razão! Quem é que precisa de uma licenciatura para entrar no clube (mais do que) restrito dos banqueiros?

Se o Costa (o António) pudesse, há muito que o outro Costa (o Carlos) já teria desocupado o seu gabinete no Banco de Portugal (BdP). Como não pode, tudo serve para ir alimentando um duelo sem fim à vista. O último episódio deste duelo foi a propósito da lista de novos administradores para o BdP. Carlos Costa retirou a sua lista de nomes, acordada com as Finanças, por discordância do Governo. Cada vez mais isolado, aguentará Carlos Costa até ao fim do seu mandato?

O Banco de Portugal, muitos meses antes da resolução do BES, já tinha conhecimento do eminente colapso do grupo. Já não há forma de o esconder. Só "Ceguinho" Costa, protegido pelo BCE, continua a teimar que a decisão de resolução do banco foi tomada no momento oportuno. O ditado é velho, "não há maior cego do que aquele que não quer ver".

O meu palpite? Bruno de Carvalho vai ganhar as eleições de hoje para o Sporting. Apesar da época decepcionante a todos os títulos do clube leonino, Madeira Rodrigues, o opositor do actual presidente, não parece reunir argumentos suficientes para derrotar Bruno de Carvalho. A começar pelo seu treinador, Juande Ramos...

Assunção Cristas é uma mulher prevenida. Paulo Núncio, o ex-Secretário de Estado que se esqueceu de dar seguimento ao pedido de divulgação dos montantes transferidos para paraísos fiscais, fazia parte dos orgãos nacionais do partido. Antes que um novo esquecimento de Núncio pudesse comprometer o partido, Cristas resolveu aceitar o seu pedido de demissão.

À medida que o tempo vai passando, vão-se conhecendo novos pormenores do apagão fiscal de 10 mil milhões de euros. E soube-se há poucos dias que, para além de uma Ministra com dificuldades de visão, o Secretário de Estado de então deixou na gaveta, durante 18 meses, por puro esquecimento , um pedido de publicação dos montantes enviados para paraísos fiscais, pedido esse formulado, por mais de uma vez, pelo ex-Director do Fisco Azevedo Pereira.

Como diria Sherlock Holmes, "eliminando o impossível, o que restar, por mais improvável que pareça, deve ser a verdade" . Pois bem, está explicado como é 10.000 milhões de euros puderam "voar" , entre 2011 e 2014, para offshores sem que o Fisco se tivesse apercebido. A Ministra das Finanças de então tinha sido aconselhada, pelo seu oftalmologista, a usar, sempre, óculos escuros!