Mensagens

A mostrar mensagens de maio, 2016

Por um fio

Imagem
A falta de medicamentos na Venezuela só é comparável à situação de algumas regiões da África Subsariana. Os hospitais parecem saídos de um campo de batalha, a escassez e a inflação galopante já deixaram 70% da população na pobreza. Falta água, luz, alimentação. Falta respeito pelos direitos humanos. O regime intimida, censura, julga críticos e opositores. A população já não confia no sistema de Justiça, que diz estar completamente à mercê do Governo. O país de Maduro está por um fio, que poderá romper-se a qualquer momento.

Um fiasco

Imagem
O programa de ajustamento português foi um sucesso para todos menos para os portugueses. Recuamos 10 anos, a banca portuguesa está, globalmente de tanga, a economia não há meio de arrancar, as reformas, necessárias, ficaram todas por fazer. Numa palavra, a austeridade a velocidade de cruzeiro revelou-se um verdadeiro fiasco. Apesar disso, a Comissão Europeia continua a insistir na mesma tecla. Exige que Portugal atinja um défice de 2,3% do PIB este ano, valor que fica quatro décimas abaixo da estimativa de 2,7% que Bruxelas tem actualmente para as contas públicas portuguesas. O que, por muito que o governo e os partidos de esquerda que o sustentam esperneiem, implicará adoptar medidas adicionais correspondentes a 0,4% do PIB, qualquer coisa como 730 milhões de euros. Já escrevi e faço-o mais uma vez: Bruxelas está a apostar as fichas todas na queda do governo. Poderá demorar mais ou menos tempo, mas os burocratas da CE sabem que, exigindo o absurdo, um dia verão o PCP e o BE deixar

Tiro no pé

Imagem
Conquistada a Taça de Portugal, António Salvador, Presidente do Sporting de Braga, fixou, como próximo grande objectivo, a conquista do campeonato nacional. Um tal objectivo pressupõe a continuação da política desportiva actualmente seguida, a qual, seguramente, não passará pela contratação de Julen Lopetegui, nome apontado como um dos possíveis substitutos de Paulo Fonseca. Pois, Sr. Presidente, pode ter a certeza de que, com Lopetegui no comando, o Braga desaprende a jogar futebol!

Rating A

Imagem
Só faltava a Moody’s, considerada a agência de rating mais conservadora das três grandes. A Moody´s não só subiu o rating da dívida irlandesa para A, como deixou a porta aberta para futuras revisões em alta. Recorde-se, a agência, no auge da crise da dívida, chegou a atribuir um rating de lixo à Irlanda, mas a notação foi melhorada à medida que a dívida foi sendo reduzida, algo para que foi crucial a taxa de crescimento da Irlanda (7%). O contraste com Portugal não podia ser mais flagrante, taxas de crescimento anémicas e dívida a aumentar!

Gigante com pés de barro

Imagem
A Caixa Geral de Depósitos está a preparar, em conjunto com o governo, um reforço de capitais na ordem dos quatro mil milhões de euros. Esta verba, indo para além das necessidades imediatas da CGD, visa resolver, de uma vez por todas, os problemas que se acumularam nos últimos anos. O problema será convencer Bruxelas a não considerar esta injecção de capital (mais uma) ajuda indevida do Estado. Dito isto, desta vez, tratando-se de um banco 100% público, a factura recairá sobre os contribuintes, os quais, mais uma vez, irão pagar os desmandos de (alguns) banqueiros. A banca nacional parece um gigantesco castelo de cartas. Um após outro, os bancos têm vindo a cair. E, espanto dos espantos, a troika andou cá três anos a meter o nariz em tudo quanto era lado e, mesmo assim, não percebeu (ou não quis perceber) o estado comatoso dos bancos tão entretidos que andavam a discutir feriados e outras reformas que tais!

Mais um buraco para tapar

Imagem
O Banco de Portugal propôs ao Ministro das Finanças, como representante do maior accionista, que o Estado receba 186,3 milhões de euros, de um total de 233 milhões de euros de lucros que o banco central conseguiu no ano passado. O problema poderá vir a estar no montante de dividendos que foram prometidos pelo Governo à Comissão Europeia no início de Fevereiro (240 milhões de euros), quando o governo estava a negociar um acordo que evitasse o chumbo do orçamento pelo Colégio de Comissários. Mais um buraco para Mário Centeno tapar!

A assombração do protocolo

Imagem
O exercício do cargo de Presidente da República por Marcelo Rebelo de Sousa não podia estar mais nas antípodas do estilo Cavaco Silva. Para o melhor e para o pior. E para o pior, só me ocorre um aspecto. O protocolo. Marcelo Rebelo de Sousa está a revelar-se um verdadeiro quebra-cabeças, um pesadelo a ensombrar permanentemente as cabeças dos homens e mulheres do protocolo. Quando o Presidente se desloca a algum lado e se espera que esteja do lado da porta direita traseira do carro, ele sai inopidamente pela porta esquerda. Se há alguma cerimónia protocolar com a presença de público anónimo, eis que temos o Presidente a cumprimentar, primeiro, o povo, deixando a cerimónia para segundo plano. Apesar do esforço manifesto que o Presidente está a fazer, dificilmente haverá volta a dar. Faz parte do seu ADN!

Pagar com quê?

Imagem
João Rendeiro, ex-banqueiro dos ricos, viu confirmada pelo Tribunal da Relação de Lisboa a decisão de Julho de 2015 do Tribunal da Concorrência, Supervisão e Regulação, na qual tinha sido condenado ao pagamento de uma multa de 1.5 milhões de euros relativamente ao caso BPP. Terá o homem dinheiro (ou bens) suficiente(s) para cumprir a decisão? Provavelmente, não. Quando muito, de seu, João Rendeiro terá a roupa que usa!

O rei das subidas

Imagem
Aos 62 anos, Vítor Oliveira provou, mais uma vez, que não exibe o título de rei das subidas em vão. Ao fim de 17 anos nas divisões secundárias, o Chaves está de regresso à Liga dos grandes pela mão de Vítor Oliveira. Foi a nona subida de Vítor Oliveira à Liga principal, a terceira consecutiva. Como, curiosamente, Vítor Oliveira nunca acompanhou nenhum dos clubes que ajudou a subir, quem sabe, mais uma vez, talvez esteja na altura de aceitar um novo (velho, no caso dele, tal o número de subidas de divisão que já operou) desafio. Um clube que, provavelmente, não descartará a possibilidade da sua contratação é a Académica, despromovida após 14 anos de permanência entre os grandes do futebol português. O que, diga-se em abono da verdade, a verificar-se, até nem seria inédito. Na época de 1996/1997, foi pela mão de Vítor Oliveira que a Académica regressou ao convívio dos grandes!

C'um caneco!

Imagem
Cinquenta anos depois, o Braga voltou a erguer a Taça de Portugal. E o Porto, pela terceira época consecutiva, ficou em branco. Inimaginável! Quanto ao resto, nada de extraordinário a não ser as duas fífias monumentais da defesa do Porto e um dos golos de mais um puto-maravilha do futebol nacional, André Silva. O puto é raçudo, tem pelo na venta, encarna os valores que fizeram do Porto a equipa que já foi! Dito isto, tanto Pinto da Costa como Fernando Santos, dois dos espectadores em campo, deverão ter ido para casa com mais uma preocupação em mente. O primeiro porque não bastará trocar de treinador para a próxima época. Há jogadores que não merecem o lugar que ocupam. Quanto ao segundo, terá ido para casa a pensar na convocatória para o Europeu... da qual André Silva não faz parte!

Amiga do peito

Imagem
Segundo o The Wall Street Journal , eis a proposta do FMI para continuar a bordo do terceiro resgate à Grécia: sem alterar os montantes nominais da dívida grega, período de carência total (capital e juros) até 2040 para os credores europeus (as condições da dívida ao FMI manter-se-iam porque o Fundo Monetário não aceita alterações às condições dos empréstimos que faz). Segundo o FMI, caso isso venha a receber a concordância dos credores europeus (o que, como é público, está nas antípodas do que os credores europeus defendem, com a Alemanha à cabeça), a dívida grega poderia ser paga entre 2040 e 2080. Para além do período do período de carência, o FMI também quer que os juros da dívida grega sejam fixados em torno dos 1.5%, aconteça o que acontecer à evolução das taxas de juro. Dito de outra forma, desde que não mexam no seu bolso, o FMI, grande amigo do povo grego (tão amigo que os gregos até estão a equacionar alterar a sua bandeira!), quer que todos os outros credores percam nos

Fim de ciclo

Imagem
Mesmo que o FC Porto ganhe, mais logo, a Taça de Portugal, é muito pouco para os enormes investimentos feitos pelos dragões nas últimas épocas. Os erros foram mais do que muitos, e os resultados (ou melhor, a falta deles) saltam aos olhos de qualquer um. A começar por Lopetegui que, logo na primeira época demonstrou não ter estofo para uma equipa como o Porto, mas, mesmo assim, foi teimosamente mantido até a sua situação se revelar insustentável, mesmo com Pinto da Costa ao seu lado. Claramente, o ciclo de Pinto da Costa à frente dos destinos do Porto esgotou-se. O seu nome fica gravado a letras de ouro no livro da História do FC Porto e do futebol nacional. Pegou numa equipa perfeitamente provinciana e deu-lhe uma dimensão europeia (e mundial). Por muito que Pinto da Costa diga que continua perfeitamente capaz de continuar a ocupar o lugar, quem andou não tem para andar. E como se isso já não fosse suficientemente mau, enquanto ele se candidatar, não aparecerá ninguém de valor a c

Super-lesado do BES

Imagem
A longa lista de lesados do BES acabou de receber um elemento de peso. Trata-se de Manuel Pinho, ex-Ministro da Economia entre 2005 e 2009. A história conta-se em poucas palavras. O Tribunal Central de Lisboa chumbou o pedido de Manuel Pinho para que lhe fosse atribuída uma reforma milionária do Novo Banco e do fundo de pensões do Banco Espírito Santo. O ex-ministro exigia um acordo de pensão de reforma de 7.5 milhões de euros e uma atribuição de uma pensão vitalícia de 21.500 euros mensais. Segundo o próprio, havia um acordo com Ricardo Salgado, ex-presidente do BES, para se reformar aos 55 anos, com uma pensão equivalente a 100% do seu salário. Para agravar ainda mais a situação, como Manuel Pinho perdeu a acção interposta, terá de pagar as custas do tribunal. Concluindo, pelas verbas envolvidas, que não receberá, e pelas custas, que terá de pagar, Manuel Pinho, mais do que um lesado, é um super-lesado do BES!

As contas fazem-se no fim

Imagem
Maria Luís Albuquerque e Pedro Passos Coelho, perante a hipótese de a Comissão Europeia (CE) vir a sancionar Portugal pelo facto de o défice em 2015 ter ficado acima do previsto, decidiram agir e pediram à CE que não o fizesse, alegando que o não cumprimento da meta se deveu a circunstâncias extraordinárias do sector financeiro, nomeadamente, a resolução do Banif. Mas, em simultâneo, procuraram virar o bico ao prego. Como? Alegando que, caso a CE, esteja a equacionar sancionar Portugal por não acreditar nas contas apresentadas pelo actual governo, a responsabilidade já não seria deles. Se for este o caso, o que o governo tem de dizer a Bruxelas é que as contas fazem-se no fim. O défice de 2015 é um facto, as desconfianças em relação a 2016 não passam disso mesmo. Apesar de António Costa continuar a afirmar que não há necessidade de medidas adicionais, o governo português já garantiu que em caso de necessidade já há um plano C (C de contingência, já que a letra B não faz parte do vo

Never ending story

Imagem
Foi um primeiro-ministro visivelmente entusiasmado e bem disposto que apresentou, com pompa e circunstância, o Simplex+, programa de modernização da Administração Pública que engloba 255 medidas. E tão entusiasmado estava António Costa que não se conteve e deu uma vaca voadora a Maria Manuel Leitão Marques, ministra da Presidência e da Modernização Administrativa. Entendamo-nos. Tudo quanto seja simplificação da imensa burocracia que reina na Administração Pública só peca por tardio. Quanto ao resto, vamos ver se não acontece o (quase sempre) habitual: introdução de uma medida para simplificar, logo seguida de um regulamento que complica tudo!

Triste consolação

Imagem
Na recta final do campeonato, Jorge Jesus, talvez pressentindo o título perdido, afirmou que o título poderia estar perdido, mas a melhor equipa do campeonato tinha sido o Sporting. Triste consolação para quem tinha apostado tudo na conquista do campeonato. Isto para já não falar que a única coisa que a História registará é a vitória do Benfica. Se ainda houvesse dúvidas, os campeonatos, sendo provas de regularidade, perdem-se (ou ganham-se) não no confronto directo com os rivais ao título, mas sim com os outros. Quando Jorge Jesus afirmou que a melhor equipa foi o Sporting, só poderia estar a referir-se aos jogos com o Benfica e o FC Porto. Realmente, nesses jogos, o Sporting em doze pontos possíveis conquistou nove. Dito isto, tendo o Benfica ganho, só há uma conclusão possível, a melhor equipa do campeonato foi o Benfica!

Ainda e sempre cego

Imagem
Agora que vive e trabalha em Frankfurt (Alemanha), para quê incomodar Vítor Constâncio, pedindo-lhe que venha a Lisboa, ao Parlamento português, prestar declarações na Comissão de Inquérito Parlamentar que investiga a resolução do Banif? O homem, no tempo que vivia em Portugal, não conseguiu ver nada relativamente ao BPN e ao BPP!

Wanted

Imagem

Cadê os outros?

Imagem
Pela lógica anunciada pelo executivo, esperava-se que, por cada subida de 4.5 cêntimos no preço-base dos combustíveis, o valor do ISP desceria 1 cêntimo. Como desde o início do ano o preço-base subiu cerca de 12 cêntimos, haveria margem para descer o imposto cerca de 3 cêntimos. Como ele só desceu 1 cêntimo, pergunta-se: Cadê os outros?

Missão cumprida

Imagem
Chegado à Luz no meio de algum cepticismo, Rui Vitória tinha a difícil missão da fazer esquecer Jorge Jesus. E os primeiros tempos pareceram dar razão aos mais cépticos. Chegou a estar a uma distância preocupante do primeiro lugar. Mas o clube cerrou fileiras em torno do seu treinador e, paulatinamente, foi subindo na classificação, quanto mais não seja, porque os rivais começaram a "semear" pontos onde menos se esperava. Portanto, missão cumprida. Mas Rui Vitória fez mais, uma campanha na Liga dos Campeões como há muito o Benfica não conseguia. Nada mal para quem, pela primeira vez, sentiu a pressão de ter de ganhar tudo!

Mata-mata

Imagem
Daqui a duas horas saberemos, um será campeão, o outro o primeiro dos últimos. Se Jorge Jesus não ganhar o campeonato, apenas se poderá queixar dele próprio (perder pontos como alguns que o Sporting perdeu, pagam-se caro). Quanto a Rui Vitória, adivinhava-se uma época difícil. Primeira época num grande, fazer esquecer Jorge Jesus que tinha ganho com o Benfica tudo o que havia para ganhar... E não adianta escamotear a verdade, ganha não quem esteve mais tempo na frente, mas sim quem está em primeiro no fim!

Tocas bem mas não me alegras

Imagem
Por muito que Mário Centeno se esforce, e tem-se esforçado muito, não há forma de Bruxelas gostar do "reportório" do governo português. O que Bruxelas parece andar a dizer é "tocas bem, mas não me alegras" . Longe vão os tempos em que Portugal, pela voz do seu governo, tocava afinadinho com Bruxelas a cantiga da austeridade. Desde que os artistas são outros, e que a música também é outra, não param as pressões e os recados de Bruxelas. Até parece que eles estão apostados em fazer com que a "banda" se separe (leia-se, fazer com que os partidos que sustentam o governo no Parlamento se desentendam)!

Aspirante a Capitão América

Imagem
Por muito que custe ao Partido Republicano, Donald Trump será o nomeado do partido para as presidenciais norte-americanas após as desistências dos seus últimos opositores, Ted Cruz e John Kasich. Resta perceber como irão votar os americanos, se num candidato não desejado pelo próprio partido, se numa mulher, caso Hillary consiga a nomeação.

Morrer da doença ou morrer da cura

Imagem
A Comissão Europeia (CE) já discutiu e está a ponderar levantar um processo, entre outros países, contra Portugal por não reduzir o défice excessivo no prazo que tinha sido acordado no Conselho da União Europeia. Apesar de ainda não haver decisão final sobre a forma de actuação, a CE reconhece que existem motivos para abrir um procedimento sancionatório. No caso de Portugal, esse compromisso já foi falhado no ano passado, ainda com o anterior governo, quando não reduziu o défice para menos de 3% tal como estava acordado. A derrapagem é especialmente grave aos olhos da CE já que nem o esforço estrutural mínimo foi alcançado, antes pelo contrário, Portugal aumentou o seu défice estrutural. Já todos perceberam que a "receita" não funciona, bem pelo contrário. O exemplo mais gritante é o da Grécia que seis anos e três resgates depois continua na mesma, melhor dizendo, está em pior situação, ao ponto de o FMI reconhecer (oficialmente) que a reestruturação da dívida grega é in

Crucificação

Imagem
Não percebo a "crucificação" de José Rodrigues dos Santos a propósito da sua explicação da evolução da dívida pública portuguesa até aos actuais 233 mil milhões de euros. A explicação foi simples, equilibrada e, na minha opinião, não visava nenhum partido ou governo em particular. Mas afinal qual foi a explicação dada? Foi a seguinte, e passo a transcrever: "A dívida é um problema central na nossa crise porque vivemos uma crise da dívida. Mas como é que esta dívida brutal nasceu? No ano 2000, a dívida pública portuguesa somava 61 mil milhões de euros, o que correspondia a 48 por cento do PIB. Era um valor bem abaixo do limite de 60 por cento estabelecido pelo tratado que criou a moeda única. O problema é que em 2005 a dívida pública portuguesa atingiu os 96 mil milhões de euros, correspondentes a 62 por cento do PIB. Tinha-se ultrapassado neste ano o limite dos 60 por cento estabelecido em tratado e isto obrigava Portugal a travar o endividamento. Mas em vez de trav

Memória de galinha ou lata descomunal?

Imagem
Não é novidade para ninguém, a primeira e principal característica de um político é a capacidade de dizer tudo e o seu contrário ou, como diz o povo, "ter lata" . Vem isto a propósito dos comentários tecidos por Maria Luís Albuquerque a respeito das previsões da Comissão Europeia (CE) sobre o défice português. Segundo ela, "é de esperar medidas adicionais algures ao longo deste ano" . Como não acredito que a senhora tenha memória de galinha, concluo que tem uma lata descomunal. Enquanto Ministra das Finanças, andou todo o ano de 2015, a pregar que as previsões do governo eram realistas, que a Comissão Europeia estava enganada (os burocratas de Bruxelas nunca acreditaram nas previsões do governo, mas como era ano de eleições...) e que Portugal fecharia o ano de 2015 com um défice bem abixo dos 3%. Ficamos agora a saber, pela boca da CE que o défice português em 2015, excluindo o Banif, ficou em 3.2%. E a responsabilidade não pode ser assacada ao actual governo qu

Falha de memória

Imagem
Historiando, Mário Centeno, em Abril, afirmou no Parlamento que o financiamento do Santander ao Estado português (compra de dívida no valor de 1.800 milhões de euros) tinha sido negociado posteriormente à resolução do Banif comprado pelo Santander. Segundo se tinha entendido na altura, uma coisa nada tinha tido a ver com a outra, tinha-se tratado de uma vulgar operação de mercado. Ora, segundo António Vieira Monteiro, presidente do Santander, essa opção já estava prevista no âmbito do processo de resolução do banco madeirense. Enfim, uma falha de memória totalmente compreensível e aceitável, tantas têm sido as reuniões em que Mário Centeno tem participado desde que assumiu funções governativas! Futuramente, para evitar situações semelhantes, aconselha-se o Sr. Ministro a levar uma estenógrafa para secretariar as reuniões.

Henri Toivonen (1956-1986)

Imagem
Fez na passada segunda-feira, 2 de Maio, trinta anos que Henri Toivonen e Sergio Cresto perderam a vida num trágico acidente no Rali da Córsega. Nesse dia, o mundo dos ralis perdeu o piloto quase unanimemente considerado como o mais rápido de todos os tempos. Expoente máximo dos "finlandeses voadores" , piloto de excepcional habilidade, infelizmente, não teve tempo para conquistar os títulos que todos antecipavam. Morreu o piloto, nasceu a lenda!

Estrela em ascensão

Imagem
João Galamba, membro do Secretariado Nacional do PS, é um político da nova geração combativo como poucos. Nem sempre muito assertivo e às vezes completamente despropositado (por exemplo, a sua reacção à explicação dada por José Rodrigues dos Santos a propósito da evolução da dívida pública portuguesa), a sua voz faz-se ouvir sempre que, mal ou bem, há necessidade de sair em defesa do PS ou do governo. Uma verdadeira estrela em ascensão dentro do partido a fazer caminho para voos mais altos.

O outro lado da barricada

Imagem
O CDS-PP, governo durante quatro anos e meio, para além dos ditames da troika, nunca quis nada. Agora, na oposição, o partido está a revelar-se um autêntico mãos largas no que respeita ao alargamento de direitos em matérias relacionadas com demografia e natalidade. Se sempre pensaram assim, tiveram mais do que tempo para implementar, pelo menos, algumas delas. Se nunca o fizeram (ou tentaram) então, claramente, o seu discurso actual, mais do que um possível efeito Cristas, só acontece porque o partido passou, entretanto, do governo para a oposição.

Questões de semântica

Imagem
O Programa de Estabilidade (PE) prevê que Portugal chegue ao fim do ano com o défice nos 2,2 por cento. Para 2017, é pretendido um défice de 1,4 por cento, representando uma redução de 1.400 milhões de euros face a 2016. Com estes dados em cima da mesa, recentemente, um jornal diário noticiou que o governo português enviou para Bruxelas o PE acompanhado de alguns anexos secretos, os quais detalhariam as medidas necessárias (reduções de gastos na Saúde e na Educação) para o cumprimento do défice em 2017. Obviamente, o governo desmentiu categoricamente tal envio e continua a afirmar que não há nenhum plano B, ou melhor, que o plano B é executar o plano A com muito rigor. Ao mesmo tempo reconhece que “O Governo está preparado para um plano de contingência que está obviamente estudado e analisado. Não é algo que se anuncie ou pré-anuncie” (Mário Centeno em entrevista recente à RTP). Em suma, de momento, tudo gira em torno de questões de semântica. Contudo, o tira-teimas está a poucos

Missão (im)possível

Imagem
O impensável aconteceu: o Leicester City, pela mão de Claudio Ranieri, sagrou-se campeão inglês de futebol. No início da época a generalidade das casas de apostas oferecia probabilidades de uma para cinco mil (a maior da história no Reino Unido) de o Leicester vir a ganhar o título. A título de exemplo, para se perceber bem quão remotas eram as probabilidades (esperadas) de o Leicester vir a ganhar o campeonato, as mesmas casas pagavam um para dois mil se Elvis Presley fosse encontrado vivo ou Kim Kardashian se tornasse Presidente dos Estados Unidos ou um para quatro mil se o Papa Francisco se tornasse futebolista e jogasse de kilt pelo Rangers. Segundo a Ladbrokes, apenas 47 pessoas apostaram no início da época que o Leicester iria ser campeão. Com o decorrer da competição cada vez mais pessoas apostaram na equipa ao ponto de as casas de apostas estimarem perdas de cerca de 13 milhões de euros!

Não era bem isto o que estava prometido!

Imagem
Segundo fonte oficial do Ministério das Finanças, o governo só avaliará uma possível descida do ISP (Imposto Sobre os Produtos Petrolíferos) no próximo dia 12 de Maio. Se bem me lembro, o que estava prometido era que o governo baixaria 1 cêntimo do ISP por cada aumento de 4.5 cêntimos nos preços de referência dos combustíveis. Ora, desde que o governo decidiu aumentar o ISP, os combustíveis subiram 11 e 12 cêntimos, respectivamente, gasóleo e gasolina. É caso para perguntar, no Terreiro do Paço sabem fazer contas?

Quase zero ou menos do que zero?

Imagem
Que Cristiano Ronaldo está lesionado, é certo. E tanto está lesionado que falhou os últimos jogos do Real Madrid, jogos esses decisivos, caso o Real ainda aspire (e aspira!) a ganhar alguma coisa esta época. Portanto, agora que caminhamos a passos largos para o Europeu de Futebol, a pergunta na mente de todos (muito particularmente de Fernando Santos, seleccionador nacional) é: Há motivos para preocupação? É que, dependendo da resposta, as hipóteses da selecção portuguesa variarão entre quase zero (com Cristiano Ronaldo a 100%) e menos do que zero (sem Cristiano Ronaldo ou com Cristiano Ronaldo fortemente condicionado). Não gostaria de ser agoirento, mas ainda me lembro de Figo e do Mundial da Coreia-Japão!

Afinal em que ficamos?

Imagem
Ainda há poucos dias, na sequência da resolução do Banif e consequente compra pelo Santander, Presidente da República e Primeiro-Ministro manifestaram públicas preocupações com a espanholização da banca nacional (não que o fenómeno seja novo, mas está a acentuar-se). Agora, no auge da crise BPI, concertadamente, resolveram acabar com a desblindagem dos estatutos dos bancos, resolução essa que parece uma medida para apoiar os espanhóis do CaixaBank na compra do BPI (como, aliás, Isabel dos Santos pensa). Portanto, o que era mau deixou de o ser, repentinamente, ainda que nada de extraordinário tenha acontecido entretanto. Presumo que a blindagem dos estatutos dos bancos destinava-se a manter os centros de decisão em Portugal (e nos accionistas portugueses), ainda que a maioria do capital fosse estrangeiro. Também isso deixou de ser relevante para o financiamento da economia portuguesa? Afinal em que ficamos? PS-Entretanto foi tornado público um manifesto subscrito por 51 personalid

Eu quero, posso e mando

Imagem
Pergunta - Se o BPI fosse um banco francês, inglês ou alemão, o BCE teria dado a mesma ordem que deu ao banco português (acabar com a exposição a Angola)? Resposta - Claro que não. A decisão do BCE é uma decisão puramente política (apesar de ter vindo embrulhada em justificações técnicas para inglês ver), já que, do ponto de vista da gestão, é um disparate completo. O BFA (Banco de Fomento de Angola), detido maioritariamente pelo BPI, é um banco forte (para o contexto africano) e o seu principal activo. Para além disso, não consta que o BFA esteja a saque como esteve o BESA (Banco Espírito Santo de Angola). Depois da morte do BES, mais um passo no sentido da diluição de toda a banca nacional em meia dúzia de grandes bancos europeus. Parece ser esta a união bancária que está a ser levada a cabo pelo BCE.