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A mostrar mensagens de março, 2020

O Brasil (não) pode parar

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Nestes tempos conturbados, graças a Deus, ainda há gente com bom senso e que continua a lutar pelo bem comum. O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, tem apelado para os brasileiros continuarem as suas actividades diárias e ignorarem os avisos da OMS e as quarentenas decretadas por alguns estados brasileiros (campanha O Brasil não pode parar ). A juíza Laura Carvalho, do Tribunal Federal do Rio de Janeiro, estipulou uma multa de 17.866 euros por cada vez que o vídeo torne a ser exibido nas televisões ou quaisquer outras plataformas de comunicação. A sentença judicial inibe ainda o governo federal de adoptar "qualquer outra (campanha) que sugira à população brasileira comportamentos que não estejam estritamente assentes em directrizes técnicas, emitidas pelo Ministério da Saúde, com fundamento em documentos públicos, de entidades científicas de notório reconhecimento no campo da epidemiologia e da saúde pública" .

Nação em luto

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Depois da Itália, eis que a Espanha também ultrapassou o número de mortes da China por infecção do coronavírus, 3.434 mortos (números da passada quarta-feira). Os casos diagnosticadas também não param de subir com o número de infectados a crescer aos milhares todos os dias.

Estupidez sem limites

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Como segundo Bolsonaro, o que se tem visto no mundo é que o grupo de risco da actual pandemia é o grupo de pessoas acima de 60 anos, o Presidente (palhaço) brasileiro pede às autoridades estaduais e municipais que ponham fim ao "confinamento em massa" porque a vida "tem de continuar" e a situação "passará em breve" . O que será necessário para Bolsonaro perceber a gravidade da situação? Uma escalada sem limites nem travão da pandemia entre o povo brasileiro?

Coronabonds

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Haverá, desta vez, "abertura" de Berlim para obrigações europeias para mutualização de parte da dívida dos Estados-Membros da União? A crise actual é séria e a economia alemã corre o risco de uma recessão de 5% este ano (nas previsões do próprio Governo alemão). Sobre as obrigações europeias ( eurobonds ), recorde-se que, em 2012, ficou célebre a resposta de Merkel à questão: não enquanto fosse viva. Bem, à hora que escrevo, tanto quanto sei, apesar de estar em quarentena em casa por causa do coronavírus, Angela Merkel continua viva. Nem mesmo assim, provavelmente, terá mudado de opinião, mas... alguma coisa terá de ser feita. Se os mercados de exportação da Alemanha afundarem, inevitavelmente, arrastarão a economia alemã com eles. PS-Como já era (mais ou menos) esperado, a questão das obrigações europeias não passou de uma mera nota de rodapé na última reunião do Eurogrupo. Talvez (quando e se) a crise se agravar, por outras palavras, quando a Alemanha estiver com a co

Não há segundas oprtunidades para causar uma primeira boa impressão

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Se tudo continuar como até aqui, a actual pandemia bem poderá representar o fim da União Europeia. As actuais circunstâncias exigem, como em nenhum outro momento da História, uma estreita e efectiva solidariedade entre os Estados mais ricos e os outros. Esquecer, ainda que apenas durante esta crise, os limites ao deficit e injectar dinheiro a rodos na economia para minorar a inevitável recessão que nos espera. Talvez até obrigações europeias para mutualização da dívida da zona euro (o pior pesadelo dos alemães). Quanto ao BCE, que apenas controla a zona euro, o primeiro grande teste à liderança de Christine Lagarde, o mínimo que se pode dizer, é que deu um tiro no pé. Ainda procurou emendar a mão, mas a mensagem já tinha passado. E como se costuma dizer, "não há segundas oportunidades para causar uma primeira boa impressão" .

Só contaram para você!

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"Até agora não faltou nada e não é previsível que venha a faltar o que quer que seja" (António Costa, TVI, 23-03-2020). Como? O que todos temos lido e ouvido nos meios de comunicação social é exactamente o contrário. Falta tudo, desde um simples par de luvas até ventiladores e camas para internamento dos casos mais graves. Só contaram para você!

Nação de luto

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A Itália ultrapassou a China em número de mortos relacionados com a infecção por COVID-19, 3.405 mortos. Um recorde que, naturalmente, os italianos não desejariam e que tudo farão para enterrar bem fundo. Esperemos que a Itália (e o mundo) estejam a aprender alguma coisa no sentido de prevenir, tanto quanto possível, futuras situações. Porque ninguém duvide, a Natureza é implacável e esta não é a primeira (nem será a última) pandemia a fustigar o planeta.

Nem Jesus escapou!

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Como tristezas não pagam dívidas, vamos brincar um pouco com a desgraça que estamos a viver. Nem Jesus escapou ao COVID-19 (o Jorge, não Deus Filho)! Mas quem, até terça-feira passada resistia, oficial e heroicamente, à pandemia, eram os alentejanos. Registavam 0 (zero) infectados (mais uma vez, oficialmente). Como é que isso era possível? Após muito pensar no assunto, cheguei a três hipóteses de resposta. (1) Não se fazia testes de despistagem no Alentejo, logo não havia resultados positivos. (2) Por características intrínsecas da região, a propagação do vírus não seguia as "leis" do resto do mundo, sendo muito mais lenta. (3) Por último, os alentejanos são (eram) naturalmente imunes ao vírus. Infelizmente, isso hoje já não é verdade. Seja porque razão tenha sido (solidariedade nacional, talvez), os alentejanos já registam casos de infecção.

Verdades absolutas

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Para além dos impostos e da morte, aos quais nenhum de nós consegue escapar, há uma terceira verdade absoluta que devemos ter sempre presente: "Deus perdoa sempre, o Homem perdoa às vezes, a Natureza perdoa nunca" .

Oráculo de Lisboa

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Está explicado o porquê do Governo português só agora ter adoptado medidas mais restritivas. António Costa, Primeiro-Ministro de Portugal, um optimista irritante (nas palavras do Presidente da República), tem andado a consultar a sua bola de cristal no sentido de tentar perceber a evolução da pandemia. Como se não bastasse, ao que consta, na próxima quarta-feira será a vez do Presidente da República consultar, também, a sua bola de cristal. Até lá, não apenas cautelas e caldos de galinha, mas também uma fé inabalável em Deus que, sendo omnipotente, pode, facilmente, "baralhar" tudo quanto a Ciência já conhece deste vírus. Agora, num registo (mais) sério, o problema, que os políticos teimam em não querer perceber, é que a pandemia cresce exponencialmente cada dia que passa. Todas as hesitações irão custar mais umas centenas de infectados (muitos dos quais pagarão, eventualmente, com a vida), adiando o seu ponto de inflexão e o controlo da mesma.

Navegar à vista

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Quando toda a gente enchia a boca com "Estamos preparados" , o que eles queriam dizer não era que estávamos preparados para a contenção da pandemia em Portugal, mas sim "Estamos preparados para navegar à vista" , isto é, vamos indo e vamos vendo, esperando que os portugueses, por uma qualquer graça divina, sejam imunes ao vírus. Assim que se tornou mais do que evidente que em Portugal faltava (quase) tudo, desde um simples par de luvas até ventiladores, e que o número de casos começou a subir assustadoramente (afinal os portugueses não são imunes!), o Governo resolveu tomar medidas que poderiam fazer a diferença... se tomadas há mais tempo. Agora, o mais sensato, será contarmos com o pior. A situação em Espanha é crítica e, tradicionalmente, na Páscoa os espanhóis vêm aos milhares gozar umas mini-férias a Portugal. Como as nossas fronteiras não estão fechadas, talvez o Governo acalente secretamente a esperança de ser a Espanha a tomar a decisão de colocar o país

"Tememos não estar preparados, porque não dependemos só de nós"

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"Tememos não estar preparados, porque não dependemos só de nós" (Marta Temido, 13-03-2020). Mas, recorde-se, até haver o primeiro infectado em Portugal, estávamos (mais do que) preparados. E se, por milagre divino, o virus nunca tivesse infectado nenhum português (ou residente em Portugal), nós, país pequeno e periférico, teríamos dado uma lição ao mundo de como controlar uma epidemia/pandemia.

O nível de pobreza está a aumentar em Portugal

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Num processo que se arrasta desde 2011 nos tribunais e que opõe Jardim Gonçalves ao BCP, o fundador do banco acaba de perder dois terços da sua (mais do que) milionária pensão, a saber cerca de 175.000 euros mensais, passando a receber, apenas, 73.000 euros mensais. Imagine-se, como pode um homem sobreviver e alimentar a família com uma tal pensão de miséria? Recordando, em 2018 o Tribunal de Sintra decidiu manter a pensão de Jardim Gonçalves, à data cerca de 167.000 euros. O BCP, descontente com a decisão, decidiu recorrer para a Relação, a qual, passado todo este tempo, decidiu em sentido contrário, isto é, pensão e regalias são para cortar. Como facilmente se adivinha, desta vez é Jardim Gonçalves que vai recorrer da decisão. Ao ritmo a que a Justiça avança no nosso país, não será de todo descabido pensar que, quando houver uma decisão final, insusceptível de recurso, já o homem terá morrido (de morte natural) sem que o BCP tenha conseguido os seus intentos.

Mais um?

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Ainda há poucos meses, com uma saúde de ferro, de pedra e cal aos comandos da equipa técnica do Benfica, a situação de Bruno Lage tem vindo a deteriorar-se ao ponto de inspirar cuidados. No dia e hora em que escrevo, tratar-se-à do quadragésimo infectado com o COVID-19 em Portugal?

Quem disse que o Sporting estava de tanga?

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E escassos meses do final de uma época desportiva completamente falhada, com o Sporting já eliminado de todas as competições, será, no mínimo, incompreensível, a recente contratação de Rúben Amorim para treinador da equipa principal de futebol por 10 milhões de euros (fora vencimentos). Ao que parece, e contrariamente ao que era voz corrente, o clube leonino nada em dinheiro. Nadar talvez não seja o termo mais adequado. O Sporting estava a afogar em dinheiro e Frederico Varandas, em desespero de causa, resolveu atirar 10 milhões pela janela fora. Mesmo que Rúben Amorim se venha a revelar (mais) um erro de "casting" , Varandas já conseguiu colocar o Sporting nas bocas do mundo ao oficializar a terceira contratação de treinador mais cara de sempre, depois de André Villas-Boas (15 milhões de euros em 2011, quando deixou o FC Porto rumo ao Chelsea) e de Brendan Rodgers, resgatado ao Celtic pelo Leicester por 10.5 milhões em 2019.

Quando para sempre não é uma mera expressão...

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Hachi, um cão da raça japonesa Akita, é um exemplo admirável de companheirismo e de dedicação. Hoje, passados 85 da sua morte, vale a pena recordar a sua história em poucas palavras. Hachi era o cão de um professor universitário japonês que vivia numa cidade próxima de Tóquio, de nome Shibuya. Todos os dias, Hachi acompanhava e ia esperar o seu dono à estação de comboio. Até que um dia o professor morreu de forma súbita na Universidade. Hachi, nos 10 anos seguintes, continuou a ir esperar o professor à estação todos os dias. Ainda hoje pode ver-se uma estátua de Hachi em frente à bilheteira da estação de comboios de Shibuya, local onde Hachi esperava o professor.

Quem disse que em Portugal a culpa morre solteira?

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Quem disse que em Portugal a culpa morre solteira está redondamente enganado. Sempre que alguma coisa de muito mediático corre mal no nosso país, "alguém paga as favas" . Mas, coincidência suprema (ou idiossincrasia nacional), esse alguém raramente é o verdadeiro responsável. Há sempre "um porteiro ou uma mulher da limpeza" a jeito para atirar as culpas e continuar a vidinha na paz do Senhor. Vem isto a propósito da demissão do Presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, responsável pela linha SNS24. Segundo Henrique Martins, mesmo sem a crise do COVID-19, a operacionalidade da referida linha estava comprometida, fruto dos cortes orçamentais que já vinham desde 2018, e que deu conta dessa situação ao Governo. Segundo ele, em 2018 uma redução de 14 milhões de euros e no ano seguinte mais 9 milhões de euros. Nas palavras de Henrique Martins, e passo a citar "A dotação orçamental neste momento não chega sequer para o funcionamento normal do SN