segundofolego

 

  Com 77% de apoio dos presidentes das concelhias (segundo a candidatura de Pedro Nuno Santos), a primeira corrida (leia-se, liderança do PS) deverá estar garantida. Resta saber se a dinâmica de vitória se estenderá à corrida seguinte, isto, eleições legislativas a 10 de Março de 2024. Uma coisa é certa, o PS poucas (ou nenhumas) vezes terá partido para a disputa de eleições legislativas em tão maus lençóis.

  A atual crise política também tem aspetos francamente positivos. Por exemplo, para os fumadores, vão cair as alterações à lei do tabaco. Pelo menos, durante alguns meses, os fumadores poderão continuar a sua rotina descansadamente. Outro exemplo, a futura localização do novo aeroporto de Lisboa: nova Comissão Técnica Independente para estudar as localizações, não sei quanto tempo (seguramente muito) para a elaboração do relatório e anos de discussão acerca das conclusões do mesmo (consequência não necessariamente positiva).

  Depois da sua última aquisição, Fernando Medina, ponderando melhor a questão do aumento do IUC para carros matriculados antes de 2007, resolveu abrir a porta e a bancada do PS, que, aliás, já tinha manifestado reservas quanto a essa questão, aproveitou e vai retirar a norma da proposta de Orçamento para 2024. PS - Agora, mais a sério, para o PS, mais importante do que eventuais preocupações ambientais, de momento, importa não alienar potenciais votos nas próximas eleições legislativas, tanto mais que se adivinha uma futura Assembleia da República mais fragmentada do que a atual.

  Batem leve, levemente, Será chuva, será gente, O Carneiro não ganhará certamente E o Pedro não queria assim.

  Desejado, ou desejoso (do lugar)? Desejado, sem dúvida alguma, por António Costa (e pelo PS), que vê uma maioria absoluta "ir pelo cano". Mas também desejoso (do lugar) pois, abordado por Costa para ocupar o lugar de Primeiro-Ministro, ficou de ponderar o convite. Caso Mário Centeno não tivesse ambições políticas, perante o convite do Primeiro-Ministro demissionário, teria dito de imediato: "Muito obrigado pela confiança, mas não".

  Quem falou com quem acerca de quê e com conhecimento de quem? António Costa afirmou que tinha falado com Mário Centeno com conhecimento de Marcelo Rebelo de Sousa. Centeno, em entrevista ao Finantial Times , afirmou que foi convidado por Marcelo para avaliar a possibilidade de aceitar o cargo de Primeiro-Ministro. Por último, Marcelo desmente que tenha autorizado quem quer que seja a contacatr seja quem for para tal efeito, incluindo o Governador do Banco de Portugal. Afinal, em que ficamos? Palavras, leva-as o vento. Alguém (ou todos) estará(ão) a jogar com as palavras.

  Agora que sabemos que António Costa se manterá no cargo até Março do próximo ano, João Galamba tem condições para se manter, igualmente, no cargo até à tomada de posse do próximo Governo? Na minha opinião, muito dificilmente, tanto mais que, já politicamente debilitado, foi constituído arguido no âmbito da Operação Influencer.

  Depois de ouvidos os partidos (ontem) e do Conselho de Estado (agendado para hoje, às 15:00 horas), o Presidente da República vai anunciar ao país a sua decisão. Se ainda assim, restarem dúvidas acerca de qual o caminho a seguir, ainda resta a Marcelo mais uma via para procurar a resposta para a saída da atual crise política: consultar a sua bola de cristal!

  António Costa apresentou, hoje, a sua demissão ao Presidente da República, a qual foi aceite. Costa esclareceu ainda que não tenciona voltar a assumir funções de primeiro-ministro: “Esta é uma etapa da vida que se encerra e que encerro com a cabeça erguida, de consciência tranquila e com a mesma determinação de servir Portugal e os portugueses. Não, não me vou recandidatar ao cargo de Primeiro-Ministro”.

  Estará o tempo de Sérgio Conceição, enquanto treinador do FC Porto, a chegar ao fim? A paciência, essa, parece que sim, atendendo aos últimos desabafos de Sérgio após a derrota frente ao Estoril. Os "recados" enviados para o interior foram inequívocos, quase parecendo dizer (sem o dizer) ou isto muda ou não contem comigo.

  Em memória de Rex, Júnior e Faísca.