segundofolego

  Com o veto de Marcelo, das duas uma: ou o Governo abre os cordões à bolsa (e a caixa de Pandora, pois, para além dos professores, há muitos outros que viram, igualmente, as suas carreiras congeladas) e desdiz o que António Costa "escreveu na pedra", ou envia esta versão do diploma para a Assembleia da República, onde o pode aprovar por maioria, e prolonga a contestação dos professores "ad aeternum".

 

  A propósito do cartoon que tanto incomodou a PSP e que, por sinal, nem era alusivo a nenhum acontecimento ocorrido em Portugal, também o Ministro da Administração Interna, enfiando a carapuça, telefonou ao Conselho de Administração da RTP a manifestar o seu (ou do Governo, com exceção de Adão Pedro e Silva?) desagradado pela sua exibição. Como se já não fosse suficiente esta tentativa de interferência editorial (versão soft de uma palavra bem mais grave, a censura), o PSD resolveu juntar a sua voz à dos descontentes com a exibição. Com tantos tiros nos pés, não admira que, mesmo com o PS em queda acentuada, o PSD não consiga capitalizar o descontentamento instalado.

  É como na Volta à França, chegados aos Pirenéus ou aos Alpes, é sempre a subir.

  Todos sabemos que a Justiça em Portugal funciona a três velocidades, devagar, devagarinho e parada. As decisões, quando tomadas, tardia e a más horas, perdem qualquer efeito efeito pedagógico que eventualmente poderiam ter. Há casos em que os investigados passam anos até serem julgados, acusados ou mesmo constituído arguidos. Para além disso, está profundamente enraizado no subconsciente português que há uma Justiça para ricos e outra para pobres. A cara da imagem é de António Mexia, mas podia ser outra. Relativamente a este, à espera de decisão de um recurso apresentado há três anos, viu recusado pelo Supremo Tribunal de Justiça um pedido para o afastamento da juíza titular do processo, porque, para aquele tribunal, os juízes portugueses são "trabalhadores e despachados", não vendo o tribunal qualquer indício de a juíza não querer decidir.

As declarações de Christine Lagarde, a propósito da continuação da subida das taxas de juro, foram tão polémicas que as declarações de Mário Centeno (a respeito do mesmo assunto) acabaram por passar despercebidas. Centeno afirmou que a taxa Euribor a um ano irá descer no final do ano e que o mesmo acontecerá às taxas a três e seis meses. Sendo o futuro, por definição, desconhecido, ninguém faz a mais pálida ideia da evolução das taxas de juro. A afirmação de Centeno assenta nas expectativas do mercado de futuros, mas nem estes sabem o que o fururo nos reserva. Mais grave ainda, as pessoas poderão pensar que as palavras de Mário Centeno são sinónimo das futuras decisões do BCE. Para quem afirmou, em Dezembro de 2022, que a taxa Euribor não chegaria aos 3%, Mário Centeno já deveria ter aprendido que o peixe morre pela boca.

  Não é de agora, as Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) sempre concluíram em função da relação de forças reinante no Parlamento no momento. Logo, não é surpresa as conclusões do relatório preliminar da recente CPI à TAP. Os portugueses não são estúpidos. O branqueamento da atuação do Governo (e do PS) é mais do que evidente, é risível. Enfim, caso fosse necessário, mais um exemplo (eloquente) do desperdício de dinheiros públicos que é o que as CPI são.

  A forma como Pedro Nuno Santos foi recebido  pelos parlamentares do PS na Assembleia da República não deixa dúvidas: é cada vez mais claro dentro (e fora) do PS que Pedro Nuno é percebido como o principal candidato à sucessão de Costa. Tem carisma (reconhecido tanto por companheiros como por adversários), saiu-se bem da CPI (ainda que com alguns assomos de arrogância escusados) e tem feito uma gestão muita boa do silêncio desde que deixou funções governativas.

  Tudo indica que o Campeonato do Mundo de F1 de 2023 se venha a revelar um bis do campeonato do ano anterior. O domínio avassalador de Max Verstappen continua imparável. Se, por qualquer razão, ele tivesse de "pendurar" o capacete, em 2023 estariam reunidas as condições para termos um campeonato extremamente competitivo, com lutas renhidas da primeira à última prova, e uma grande incerteza relativamente ao campeão 2023.

  Terá o BCE errado no diagnóstico relativo às causas da grande subida da inflação na zona euro, como afirmou António Costa, com a consequente ineficácia do tratamento em curso [subida das taxas de juro]? Em Portugal não há dúvidas, Governo e Presidência da República em sintonia perfeita, mas como na Alemanha, em Junho, a taxa de inflação subiu para 6.4% e, quer se admita quer não, como quem "manda" no euro é o Deutsche Bundesbank ... PS-Ainda a propósito da declaração de António Costa, convém não esquecer que o Primeiro-Ministro português já disse tudo e o seu contrário a propósito da subida da inflação. A afirmação acima reproduzida não é mais do que uma tentativa de "cativar" todos aqueles que se têm vindo a confrontar com dificuldades crescentes em honrarem os compromissos assumidos indexados a taxas variáveis, nomeadamente, os indexados à Euribor (por outras palavras, afinal o Governo português está genuinamente preocupado com a situação de muitas famílias port