Qual é o problema?

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O Ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, para além da sua incapacidade física (vive, infelizmente, confinado a uma cadeira de rodas), deve ter mais algum problema que lhe provoca uma azia terrível sempre que fala de Portugal. Em Outubro passado afirmou que em Portugal ia tudo muito bem até entrar em funções o actual Governo. Agora, um novo "recado". "Certifiquem-se [Portugal] de que não precisam de um novo resgate". Se há coisa que o actual Governo está a demonstrar é que a cantiga do não há alternativa (à austeridade) é uma grande treta cujo único suporte são modelos matemáticos sem nenhuma correspondência com a realidade. Portanto, qual é o problema?

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Tapar a cabeça e destapar os pés

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O dinheiro não cai do céu, nem nasce nas árvores. Apesar disso, sem que tenha havido (tanto quanto eu me tenha  apercebido) alterações estruturais de contenção da despesa (bem pelo contrário, o que houve foi aumento da despesa com as reversões dos cortes implementados pelo Governo anterior), o Governo fechou o ano de 2016 com um défice historicamente baixo. Uma proeza digna de registo! Pois bem, soube-se agora como é que o "milagre" foi conseguido: à custa de cativações, quase mil milhões de euros, mais do dobro do prometido à Comissão Europeia. É claro que, quando a manta é curta, tapando a cabeça, destapa-se os pés. E isso está a custar bem caro em algumas situações. Para só citar os exemplos mais recentes, falha do sistema de comunicações de emergência na recente tragédia de Pedrogão e roubo das armas em Tancos, dois casos flagrantes do impacto das cativações feitas pelo Governo.
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