O Waterloo de Fillon?

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A França está a viver a mais estranha campanha eleitoral desde a implantação V República. François Fillon, o candidato da direita francesa que aparecia muito bem posicionado nas intenções de voto, foi acusado de desvio de fundos públicos e de apropriação indevida de bens sociais. Apesar de ainda não ter desistido, como ele afirmou durante as primárias da direita que se demitiria caso fosse indiciado por algum crime (farpa dirigida ao seu rival Nicolas Sarkosy), muito provavelmente, não lhe restará outra alternativa que não seja cumprir o prometido. Com tudo isto, Fillon deu um grande tombo nas intenções de voto, figurando agora em terceiro lugar, largamente distanciado de Marine le Pen (extrema direita) e de Emmanuel Macron (socialista).

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Tapar a cabeça e destapar os pés

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O dinheiro não cai do céu, nem nasce nas árvores. Apesar disso, sem que tenha havido (tanto quanto eu me tenha  apercebido) alterações estruturais de contenção da despesa (bem pelo contrário, o que houve foi aumento da despesa com as reversões dos cortes implementados pelo Governo anterior), o Governo fechou o ano de 2016 com um défice historicamente baixo. Uma proeza digna de registo! Pois bem, soube-se agora como é que o "milagre" foi conseguido: à custa de cativações, quase mil milhões de euros, mais do dobro do prometido à Comissão Europeia. É claro que, quando a manta é curta, tapando a cabeça, destapa-se os pés. E isso está a custar bem caro em algumas situações. Para só citar os exemplos mais recentes, falha do sistema de comunicações de emergência na recente tragédia de Pedrogão e roubo das armas em Tancos, dois casos flagrantes do impacto das cativações feitas pelo Governo.
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