Rezar um terço todos os dias não resulta
Apesar de todas as promessas dos últimos anos, grupos de trabalho e não sei que mais, a tragédia dos incêndios repete-se, ano após ano, sem que nada de substancialmente diferente seja feito. Até parece que o que dá dinheiro são os incêndios de Verão. Portanto, como basicamente de 2016 para 2017 nada foi feito, tudo indicava que este ano viveríamos uma situação idêntica à do Verão passado. E de facto assim é, com uma única diferença: este ano o Inferno soltou-se mais cedo, com mais força e com um custo de vidas humanas inacreditavelmente elevado. Está mais do que provado que rezar um terço a Nossa Senhora todos os dias, entre Outubro e Maio, pedindo um Verão com temperaturas amenas e alguma chuva não resulta. É preciso fazer mais alguma coisa!
PS-Agora que a "poeira começou a assentar", fica cada vez mais claro que a imensa tragédia que se abateu sobre Portugal não é só fruto de "condições climatéricas atípicas". Houve falhas várias que potenciaram a dimensão da tragédia. Se o sentido ético de desempenho de cargos públicos representasse alguma coisa, neste momento diversos responsáveis, a diferentes níveis, já teriam entregue o seu pedido de demissão. Mas não, para não variar, mais uma vez, a culpa vai morrer solteira. E de pouco adianta António Costa puxar dos galões, exigindo "resposta urgente" à GNR, Protecção Civil e IPMA (Instituto Português do Mar e da Atmosfera)! O Governo tinha dito (pela voz da Ministra da Administração Interna, se não estou enganado) que este era o momento do combate ao incêndio, não o de tirar conclusões. Só as críticas públicas e as denúncias de várias falhas no combate às chamas e na protecção das populações, é que desencadeou a "atitude musculada" do chefe do Governo.
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