A insustentável leveza da dívida
Fatal como o destino, mais cedo ou mais tarde o problema das dívidas soberanas (de Portugal e não só) terá de ser encarado de forma pragmática. E encarar de forma pragmática o problema da dívida significa discutir juros (excessivos), maturidades (inadequadas) e montantes (exorbitantes). O FMI acha a questão incontornável, só a Alemanha não quer ouvir falar do assunto. Por cá, PCP e BE têm procurado colocar a questão na agenda do dia sem grande sucesso, diga-se. Tanto Presidente da República como PS e Governo acham que, a discutir-se o assunto, nunca antes das próximas eleições legislativas alemãs agendadas para o final do próximo ano. Entretanto, o Governo tem-se congratulado pelos resultados das emissões de dívida que tem feito. Juros de 3% até poderia ser uma boa notícia se... o país estivesse a crescer acima daquele valor. Acontece é que o nosso crescimento tem sido pouco superior a 1%, logo a dívida tem vindo a aumentar. Por outro lado, os encargos com o serviço da dívida, que este ano deverão superar os 8.000 milhões de euros (só em juros), não deixam dinheiro para mais nada. E sem investimento não há forma de acelerar o crescimento e gerar mais riqueza, única forma de Portugal conseguir honrar os seus compromissos para com os credores sem sacrificar demasiado a qualidade de vida dos portugueses.
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