Homem (às) Aranha(s)

 

A estratégia deste Governo, no que toca à pandemia, tem sido, no essencial, a de reagir, em vez de agir. E quando resolve agir, implementa medidas de eficácia 0 (zero) que rapidamente são abandonadas com uma qualquer desculpa pífia. Por exemplo, a implementação da cerca sanitária (não lhe deram este nome pela carga negativa que a expressão comporta) da AML aos fins de semana. Só quem nunca esteve em Lisboa nesses dias é que julgará que a proibição poderia ter alguma eficácia. Lisboa, ao fim de semana, pouco mais é do que uma cidade fantasma. O problema colocava-se durante a semana, com milhares de trabalhadores dos concelhos vizinhos, a deslocarem-se para os seus locais de trabalho, bem como das centenas de portugueses, oriundos dos quatro cantos, que se deslocam a Lisboa, nos dias úteis, para tratar os mais diversos assuntos. Revelada a (previsível) ineficácia, abandona-se a medida com a argumentação de que o objectivo era conter a variante Delta. Como ela já está largamente implantado por todo o lado, não fazia sentido manter a proibição! Assim como a actual proibição de acesso ao interior dos restaurantes sexta-feira (jantar), fins de semana e feriados, nos concelhos catalogados como de risco elevado e muito elevado, sem certificado de vacinação ou teste negativo. Mais uma medida faz de conta que vem acrescentar zero ao controlo da pandemia.