Correr atrás do prejuízo
A actuação do Governo, no que diz respeito ao controlo da pandemia no nosso país, tem sido o mais surreal que se possa imaginar. Avanços e recuos constantes, meias verdades (ou menos), juras repetidamente afirmadas e logo esquecidas, perante o iminente colapso do SNS, desculpas mais do que esfarrapadas, tudo tem servido ao Primeiro-Ministro para tentar passar por entre os pingos da chuva. A Ministra da Saúde é a personificação do desespero, uma voz isolada no seio do Governo sem peso para impor seja o que for. A situação agrava-se a cada dia que passa, sem que se vislumbre o mais ténue clarão de luz ao fundo do túnel. Senhor Primeiro-Ministro, ponha de lado a sua bola de cristal e comece a ouvir a opinião dos especialistas, por mais pessimista que possa ser. Todos sabemos que as pessoas estão cansadas e que tendem a relaxar. Se continuar a tomar decisões, esperando pelos números de duas ou três semanas, corremos o risco de continuar a correr atrás do prejuízo. E a corrida já nem é sequer uma maratona. São duas ou três, um pesadelo sem fim à vista.
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