Tratar da vidinha
Partidos que nunca se entendem sobre alterações em qualquer matéria (Segurança Social, Educação, Saúde, Fiscalidade ou para eleger atempadamente o Provedor de Justiça ou os responsáveis de entidades reguladoras, como a ERC, por exemplo) são rápidos e eficientes quando se trata de resolver a vidinha. Vem isto a propósito da nova lei de financiamento dos partidos aprovada com os votos do PS, PSD, BE, PCP e PEV. Discutida em segredo, foi votada e aprovada em vésperas de Natal. Mas o que diz a nova lei? Diz, por exemplo, que deixa de haver limite para os fundos angariados pelos partidos, sem qualquer obrigatoriedade de publicitação. Diz, por exemplo, que os partidos passam a receber todo o IVA que pagam, mesmo que seja fruto da venda de bifanas e copos numa qualquer barraca de feira. Ou diz, por exemplo, que os partidos passam a poder ocupar gratuitamente espaços detidos pelo Estado ou por IPSS. Como os deputados parecem não ter vergonha, é tempo de o Presidente da República fazer o que lhe compete: vetar a lei, devolver o diploma à origem e obrigar a um debate sério sobre o assunto.
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