segundofolego

Parece-me que o que eles querem dizer é mais a segunda do que a primeira! Estabilidade é bom, maiorias absolutas nem por isso, a avaliar pelos exemplos que temos tido. Ninguém é infalível nem dono de toda a verdade. Portanto em vez do arrogante "quero, posso e mando" , característico das maiorias, um pouco de humildade e flexibilidade para gerar consensos nunca fez mal. Bem pelo contrário!

Más línguas! O homem é um autêntico pombo da paz. Os fabricantes de armas é que precisam de viver. Se não venderem, fecham as fábricas, lançam milhares de trabalhadores no desemprego, enfim, uma verdadeira calamidade. Pensando bem, para o bem estar geral, nada melhor do que uma guerrinha limitada: os fabricantes continuam a enriquecer alegremente, o povo mantém o emprego, assegurando uma vida condigna às respectivas famílias, e os líderes podem alimentar o ego com ameaças de um verdadeiro Apocalipse.

"Não há bela sem senão" , alertou o Presidente da República a propósito do excedente orçamental. Para o Presidente da República o feito ficou a dever-se a despesas que ficaram por fazer essencialmente no sector social. Ainda segundo Marcelo, a contenção orçamental do início do ano atira para o final do ano um conjunto de despesas, altura em que já não haverá preocupação com o cumprimento do objectivo do défice. Eu diria de forma diferente. Como as pessoas têm uma memória muito curta e as eleições serão só no final do ano, dá jeito ao Governo "abrir os cordões à bolsa" só nessa altura, de maneira a que os eleitores, na data das eleições, ainda sintam algum "conforto" nos bolsos.

O que era verdade para Rui Rio há alguns meses, deixou de o ser assim que António Costa colocou o assunto como uma prioridade para a próxima legislatura. Em Outubro de 2018, a medida (valorização salarial dos trabalhadores da Administração Pública, nomeadamente, dos quadros superiores) visava combater a perda de competitividade dos serviços do Estado, em Junho de 2019 essa mesma medida é rotulada de "eleitoralismo" . E ainda há quem se admire do crescente afastamento dos portugueses da política!

Michel Platini, antiga glória do futebol mundial e ex-Presidente da UEFA, foi detido, para interrogatório, no âmbito da atribuição da organização do Mundial de Futebol de 2022 ao Qatar, por suspeitas de corrupção. Que houve corrupção, não tenho dúvidas nenhumas, que algum dia se consiga provar, já é uma história completamente diferente. Também não tenho dúvidas que os árabes poderão vir a construir as melhores infra-estruturas jamais vistas para a competição. Se houver problemas, seguramente, que (falta de) dinheiro não será um deles. Mas jogar futebol de altíssima competição num clima como o deles, não lembraria nem ao mais pintado. Mesmo mudando a data tradicional de realização dos Mundiais de Futebol (a fase final disputar-se-à entre 21 de Novembro e 18 de Dezembro), obrigando a um rearranjo dos calendários de todas as outras competições de futebol, nacionais e internacionais, mesmo assim, pergunto, as condições serão suficientes para a prática de bons jogos de futebol?

De engenheiro do penta a nível de clubes, Fernando Santos, quem sabe, poderá um dia chegar a engenheiro do penta também em selecções. Duas já cá cantam! A renovação da nossa selecção parece assegurada, pelo que Deus lhe dê saúde e vontade de continuar a trabalhar.

Mais do que um homem sério, eu diria que Vítor Constâncio é um homem sisudo. Mais do que uma das "grandes figuras da nossa vida pública democrática" mais uma vez, diria, um dos grandes palhaços da nossa vida pública democrática. Se Constâncio fosse uma pessoa séria teria admitido que errou na questão da autorização da concessão de crédito a Berardo e não se escudaria numa qualquer falha de memória. Estavas tão bem calado!

Uma desgraça nunca vem só. Já sabíamos que Vítor Constâncio, enquanto Governador do Banco de Portugal, foi um "cegueta" de todo o tamanho. O que não sabíamos era que também sofria de amnésia crónica. A 28 de Março deste ano, na comissão parlamentar de inquérito à gestão da CGD, Constâncio garantiu que o banco central não tinha forma de saber, antecipadamente, que a CGD iria financiar Berardo na luta pelo controlo do BCP. Pois bem, segundo o Público, o conselho de administração do BdP, presidido por Constâncio, reuniu-se em 21 de Agosto de 2007 com um ponto único na agenda: analisar o pedido de reforço de Berardo no BCP com um empréstimo da CGD, pedido esse que foi aprovado. Parafraseando um provérbio português, "não há mentira que sempre dure, nem verdade que não se venha a conhecer" . Esta gente não tem vergonha?

Eis mais uma que não passará de uma nota de rodapé na História do Reino Unido. May deixou a liderança do Partido Conservador e, após a escolha do novo líder, apresentará a sua demissão à Rainha. Verdade seja dita, não deixará saudades a ninguém, nem mesmo aos seus correligionários conservadores. Os erros foram mais do que muitos, numa palavra, um exemplo flagrante de como uma liderança não deve ser exercida.

Ainda não tinha desembarcado em Londres e já metade dos ingleses se sentiam ofendidos pelas palavras de Trump. O homem não perde tempo e continua igual a si mesmo. Donald Trump foi ao Reino Unido lançar mais umas achas na fogueira da guerra comercial contra o mundo, prometendo, aos ingleses, um acordo comercial sólido e justo mal saiam da União Europeia. Vindo de quen vem, eu, se fosse cidadão do Reino Unido, desconfiaria da "bondade" de Trump. O nariz não lhe cresce, mas em cada cinco frases que diz, três são mentiras!

A CGD, pela voz de Celeste Cardona, ex-administradora do banco público, veio, finalmente, esclarecer o mistério dos empréstimos a Joe Berardo sem garantias, ou com garantias insuficientes. Segundo as suas palavras, ninguém levantou reservas à concessão dos créditos porque. segundo se dizia, Berardo "era um homem rico" . Bem, recentemente, ficamos a saber, pela boca do próprio, que Berardo tem de seu apenas a roupa sobre o corpo. Aparentemente, a análise de riscos do banco público limita-se à leitura das revistas cor de rosa. Se alguém aparece, "deve ser rico, logo não haverá problemas com os créditos" , Esta gente não tem vergonha?

Era para ser a próxima grande aposta da AT para cobrar dívidas, os casamentos. Já estarão a imaginar, um salão cheia de gente alegre e descontraída, a comer e a beber como se não houvesse amanhã, subitamente interrompidos pelos inspectores de AT e pelos agentes da GNR. Quem não pagasse na hora veria o carro apreendido. Por último, mas não menos importante, aproveitando a ocasião, porque não um controlo do álcool aos condutores? Não implicando despesa adicional, seria (mais um) bom exemplo de gestão dos dinheiros públicos!