segundofolego

  A sério, senhor Presidente, acha mesmo que, no seu caso, é possível separar o homem do cargo? Quando fala, por muito que insista que o faz a título pessoal, o que as pessoas ouvem é o Presidente da República portuguesa. Acha mesmo que os membros da Igreja Católica Portuguesa serão assim tão diferentes (para melhor) de todos os outros? O abuso sexual de menores, e respetiva ocultação, por membros da Igreja Católica é, infelizmente, um fenómeno global. Ao que vai conhecendo, serão milhares (de milhares) espalhados um pouco por todo o mundo. Uma excelente oportunidade perdida para ter ficado calado!

  Caso Donald Trump venha ser implicado na invasão ao Capitólio em Janeiro de 2021, esfuma-se, de vez, o seu velho sonho: ver o seu rosto imortalizado no Monte Rushmore, ao lado de George Washington, Thomas Jefferson, Theodore Roosevelt e Abraham Lincoln. Diga-se em abono da verdade que colocar o rosto do mais bronco Presidente dos Estados Unidos de sempre ao lado de quatro dos mais prestigiados Presidentes, seria uma brincadeira de (muito) mau gosto. Mas dos norte-americanos é de esperar tudo!

  Zelensky, sem mãos a medir, enfrenta uma vaga de inimigos, externos e internos, como a Ucrânia, seguramente, nunca viu. Relativamente aos primeiros, os russos, têm sido enfrentados com gritos "antes morrer que ceder um milímetro de território aos russos", muita retórica, mas sem grandes evidências de adesão à realidade. Pelo menos até agora. Quanto aos internos, a dança em altos cargos da Administração ucraniana está mais viva do que nunca. Seria demasiada coincidência que as pessoas demitidas pelo Presidente, fossem, todas elas, "toupeiras" de Moscovo. O mais certo é que algumas (ou muitas) dessas pessoas estivessem a tentar que o Presidente esquecesse os seus discursos incendiários e que começasse a pensar, seriamente, em encetar conversações de paz com os russos.

  Vamos liderar a Europa dos que mais crescem, porque no pico da crise fomos dos que mais caíram. No entanto, as causas de crescimento são todas conjunturais e no próximo ano, tudo indica, regressaremos ao registo medíocre dos últimos anos. Talvez as pessoas comecem a perceber os resultados (desastrosos) da austeridade, camuflada em cativações do Partido Socialista, e do investimento público mais baixo de sempre. E no entanto, no momento, os números permitem o discurso triunfalista do Governo. É a Matemática a mascarar a realidade.

O ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, lamentou, recentemente, a "propensão indomável" do colecionador Joe Berardo para a litigância. O Ministro reagia, desta forma, ao recurso apresentado por Berardo ao Tribunal Central Administrativo do Sul, depois de ter perdido, em Junho, uma acção de providência cautelar apresentada para travar a denúncia do Estado sobre acordo de comodato para o Museu Coleção Berardo, em Lisboa. Ainda segundo Adão e Silva, "Os tribunais deram razão ao Estado numa primeira instância e a reação do senhor Berardo revela uma propensão indomável para a litigância que talvez funcione com privados como estratégia negocial, mas que certamente na relação com o Estado não vai funcionar". Cá estamos para ver.

  "É verdade que não vou sair por escolha própria, mas estou orgulhoso do fantástico trabalho de equipa em que estive envolvido em todos os projetos nacional e internacionalmente, e também estou orgulhoso da minha liderança. Vou sair em breve com a minha cabeça bem erguida", afirmou Boris Johnson no que pareceu ser a sua despedida no Parlamento. Próxima etapa, talvez a agricultura.

 O Vinho do Porto é português, assim como Cristiano Ronaldo. E este, à semelhança do referido néctar dos deuses, no que toca à relação idade/qualidade, também quanto mais velho melhor. Senão vejamos: O nome do internacional português foi associado a um clube saudita, que estará disposto a fazer uma proposta de 300 milhões de euros (30 desses milhões para o Manchester United, 20 para comissões/intermediação e 250 para o vencimento de Ronaldo). E tudo isto por um futebolista com 37 anos de idade! Arábia Saudita não será, seguramente, um destino que agrade ao internacional português, mas caso seja verdade (e aceite) é o que se pode chamar uma reforma (mais do que) dourada. Ainda recentemente o jornal alemão Bild apontava as razões pelas quais nenhum colosso europeu estava interessado na sua contratação: (1) vaidade, (2) idade avançada, (3) inflexibilidade e (4) ser muito caro a nível salarial. Ao que parece, nada que assuste os sauditas.

  Como é que Portugal, sendo um Estado de Direito, condena pessoas (e respectivas famílias) a uma vida de pobreza absoluta? O Tribunal da Relação de Lisboa (TRL), dando provimento a uma providência cautelar apresentada pelo Fundo de Recuperação de Créditos (entidade que tenta recuperar créditos para ressarcir os lesados do BES) decretou o arresto dos bens de seis administradores do BES, entre os quais José Maria Ricciardi. O aresto decretado pelo TRL abrange contas, bens móveis de valor, joias e obras de arte que estejam nos imóveis arrestados. Mais não sei quantas pessoas atiradas para uma vida abaixo do limiar de pobreza...

  Do início do ano até 12 de Julho, a GNR apanhou quase tantas pessoas que provocaram incêndios como no ano de 2021, 49. A quase totalidade dos crimes de incêndio foram praticados de forma negligente, o que diz bem da leviandade como algumas (muitas) pessoas encaram as situações de potencial risco.

 

  O armamento doado pelo Ocidente à Ucrânia está a começar a ter o efeito pretendido, com “uma eficácia que era o que se pretendia” (Volodymyr Zelensky, 06-06-2022). Estas palavras do Presidente ucraniano soam mais a discurso motivacional para consumo interno do que, propriamente, a uma descrição realista do decurso da guerra. A Rússia está disposta a uma guerra ad eternum , se necessário for. Sendo uma autocracia, tudo continuará na mesma enquanto Putin assim o desejar. E a Europa, de momento tão solidária com a Ucrânia invadida, estará disposta a aguentar o próximo Inverno sem a energia vendida pelos russos? A acontecer o fecho da torneira russa, as consequências são absolutamente imprevisíveis.

A vida de Boris Johnson, na qualidade de Primeiro-Ministro do Reino Unido, nunca foi fácil, mas ele ia resistindo aos ventos adversos qual lapa solidamente colada à rocha. Mas como o que não começa é que nunca acaba, não resistiu à debandada de dezenas de membros do seu Executivo.  

  Consegues adivinhar quem foi o patrocinador do estudo científico cuja conclusão aparece na imagem acima (Público online)? Em cheio!

A guerra da Ucrânia está a ser uma bênção para alguns. Para começar, os fabricantes de armamento. Não só estão a facturar milhões, como dispõem de um teatro de guerra real para testar a eficácia das armas que produzem. Depois os falcões da NATO. Para além do desgaste evidente da Rússia, observam no terreno a eficácia operacional das Forças Armadas russas. Ouro sobre azul porque a guerra trava-se no quintal do vizinho, sem quaisquer danos para os seus países ou concidadãos. Daí a pouca (ou nenhuma) vontade em conversações sérias de paz. Bem pelo contrário, quanto mais tempo durar, melhor.

  À medida que o tempo passa, a situação da Ucrânia fica cada vez mais difícil. Putin ordenou a continuação das operações militares em curso. As forças ucranianas já não conseguem aguentar posições e retiram. Por mais milhares de milhões de dólares de ajuda do Ocidente em armas, a derrota da Ucrânia parece cada vez mais inevitável. As baixas russas não "acordaram" a opinião pública interna contra a guerra e parar, agora, seria um revés que Putin nunca aceitará.

Desconvidar para o almoço Marcelo Rebelo de Sousa só porque o Presidente da República portuguesa se encontrou com Lula da Silva é como uma daquelas birras de meninos mimados que deixam os pais à beira de um ataque de nervos. De um Presidente da República espera-se que tenha jogo de cintura suficiente para engolir uma manada de elefantes (se necessário) e não que amue à mais leve contrariedade como um moleque mimado.

 

    Apanhando António Costa distraído, a fazer "pela vida", há meses em digressão pela Europa, Pedro Nuno Santos (aspirante de longa data a líder do PS e, consequentemente, a PM), sem dar cavaco a ninguém, resolveu um problema que se arrasta há décadas: o da localização do (futuro) aeroporto de Lisboa. Montijo até 2026 e Alcochete em 2035, eis a solução de um problema que ameaçava tornar-se uma espécie de quadratura do círculo. Só que o "chefe", caindo na realidade, resolveu revogar o despacho de Pedro Nuno Santos e, mantendo-o como Ministro (chegou a ser noticiado que, se Pedro Nuno Santos não se demitisse, seria demitido), obrigou-o a um penoso (e humilhante) mea culpa , ou não seja António Costa uma velha raposa que sabe, como ninguém, manter os amigos próximos e os inimigos ainda mais próximos.